quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Juazeiro recebe visita de empresários brasileiros e argentinos do ramo de equipamentos para mineração


Por Raphael Leal/ASCOM


O prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho, recebeu no final da manhã desta quinta-feira (28), representantes de empresas do Brasil e da Argentina que visitam a região para instalar um novo empreendimento na cidade. O grupo argentino Aceros Cuyanos AS e Omni, brasileira, pretendem alojar uma empresa no ramo de equipamentos para mineração.



Um dos motivos da vinda das empresas para região é a energia em abundância e a questão geográfica, além da área de escoamento ser bastante atrativa. Caso se concretize, Juazeiro será referência no ramo de produção de peças e equipamentos de mineração fora do eixo Sul-Sudeste. A principal matéria-prima utilizada será a sucata, fazendo um reaproveitamento de metais usados.



Também participaram do encontro o deputado estadual Pedro Alcântara, o Assessor de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Carlos Neiva, e o Assessor Especial de Gabinete, Paulo César de Andrade.


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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Presidente assina Decreto que regulamenta Fundo Nacional do Clima





O presidente Lula assinou o decreto que regulamenta o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC ou Fundo Clima), o primeiro no mundo a utilizar recursos oriundos da participação especial dos lucros da cadeia produtiva do petróleo para financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e seus efeitos.

A partir de agora, o Comitê Gestor do Fundo – instituído pelo decreto e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, composto por representantes governamentais, comunidade científica, empresários, trabalhadores e organizações não governamentais – terá condições de administrar, acompanhar e avaliar a aplicação dos recursos em projetos, estudos e empreendimentos de mitigação e adaptação da mudança do clima e seus efeitos.

“O Ministério do Meio Ambiente está consciente do papel estratégico que esse Fundo desempenhará na promoção do modelo de desenvolvimento sustentável de baixo carbono que consolidará o Brasil numa grande potência do século 21?, enfatizou o ministro interino do Meio Ambiente José Machado durante a cerimônia.

O Fundo Clima deverá apoiar atividades voltadas para o combate à desertificação, à adaptação à mudança do clima, ações de educação e capacitação, projetos de REDD+, desenvolvimento de inclusão de tecnologias, formulação de políticas públicas, apoio a cadeias produtivas sustentáveis, pagamento por serviços ambientais, entre outras atividades.

Para 2011, o Comitê dispõe de um orçamento de R$226 milhões, sendo R$ 200 milhões reembolsáveis para empréstimos e financiamentos voltados para a área produtiva, cujo agente financeiro será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os outros R$ 26 milhões serão administrados pelo MMA para investir em projetos de pesquisa, mobilização e avaliações de impacto das mudanças do clima, podendo ser repassados para estados e municípios por meio de convênios e termos de cooperação. Trata-se do orçamento inicial, podendo o Fundo ainda receber recursos de outras fontes, inclusive doações internacionais, que venham a ser estabelecidos no âmbito da Convenção do Clima.

“O Fundo Clima não onera a população brasileira, já que os recursos financeiros são oriundos da participação especial dos lucros da cadeia produtiva do petróleo, podendo ainda recepcionar outras fontes de recursos”, explicou José Machado.

A assinatura do decreto aconteceu durante a reunião anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas com o Presidente da República, ocasião na qual o Governo Brasileiro, desde 2004, antecipa à sociedade seu posicionamento em relação às negociações internacionais e apresenta os seus resultados e proposições para o futuro na temática da mudança do clima.

O presidente Lula destacou que a reunião serviu para mostrar que o Brasil pode se orgulhar muito das políticas ambientais que vem adotando nos últimos anos e a agenda voltada para as mudanças climáticas sintetiza os esforços e os resultados de uma série de ações que vêm sendo conduzidas com sucesso pelo nosso Governo em parceria com vários setores da sociedade brasileira , disse Lula.

No ano passado, após a Conferência do Clima em Copenhague (COP 15), o Brasil aprovou a Política Nacional sobre a Mudança do Clima e assumiu voluntariamente o compromisso em reduzir, até 2020, as emissões projetadas de gases do efeito estufa, entre 36% e 39%. De acordo com o presidente Lula, desde que o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) foi instituído em 2003, o Brasil evitou a emissão e 2,9 bilhões de tCO2eq (toneladas de carbono equivalente) e o País tem o menor índice de desmatamento dos últimos 21 anos.

“Se mantivermos esse ritmo, a meta anunciada na COP 15 será antecipada em quatro anos. Teremos reduzidos em 80% o desmatamento ainda em 2016 e não em 2020 como nós estávamos prevendo”, garantiu o presidente lembrando que a meta deverá ser superada mesmo o Brasil vivendo um momento de grande crescimento econômico.

“A operacionalização do Fundo Clima será mais uma grande conquista do Brasil a se juntar a tantas outras no combate às mudanças do clima, das quais a queda consistente e radical das taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado”, reforçou José Machado.

Planos - Na mesma cerimônia, o secretário-executivo do Fórum, Luiz Pinguelli, recebeu os sumários executivos dos cinco planos de ação que reúnem diretrizes e ações estratégicas voltadas para a redução voluntária da emissão de gases previstos na Política Nacional sobre Mudança do Clima, aprovada em 2009, correspondentes aos compromissos assumidos em Copenhague (COP 15). Dois planos trazem as ações para prevenção e controle do desmatamento – Amazônia e Cerrado – e os outros três são específicos para os setores de energia, agricultura e siderurgia.

“O Fundo certamente terá papel preponderante para apoiar muitas das ações estratégicas de combate às mudanças do clima identificadas nos planos setoriais recebidos pelo Fórum”, afirmou o ministro interino do Meio Ambiente.

A elaboração desses planos contou com a participação de diversos segmentos da sociedade representativos dos setores e no Fórum serão discutidos e aprofundados em uma reunião específica, prevista para ocorrer em 5 de novembro deste ano.

A próxima reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas vai ainda preparar a estratégia do Brasil na 16ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP16), que se realizará entre 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancún, no México.

Inventário – Durante a reunião do Fórum, o Ministério da Ciência e Tecnologia também apresentou o segundo Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa, para o período de 1990 a 2005.

De acordo com o documento, o pico de emissões líquidas de 2,675 Gt de CO2eq aconteceu em 2004, quando ainda era alto o índice de desmatamento de florestas, principalmente na Amazônia. No entanto, com as políticas de redução de desmatamento e o monitoramento constante, as taxas caíram radicalmente, de forma que em 2009 as emissões líquidas caíram para 1,775 Gt de CO2eq, uma redução de 33,6% em cinco anos.

O inventário faz parte da Segunda Comunicação Nacional sobre o status da implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima no Brasil. Ele reúne informações sobre as emissões nos diversos setores da atividade econômica e avança em cinco anos o período estabelecido pelas diretrizes da Convenção que era de 1990 a 2000.

O documento atualiza os dados de 1990 a 1994 e apresenta novas informações para o período de 1995 a 2005. Mais de 600 instituições e cerca de 1.200 especialistas de diversos setores – energético, industrial, florestal, agropecuário, de tratamento de resíduos – foram mobilizados para sua elaboração.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Braskem investe R$ 500 milhões em fábrica de plástico verde



Vocês se lembram de um artigo aqui do Biodiversidade onde falamos sobre as sacolas plásticas, aquelas que a gente recebe nos mercados e que fazem um mal gigantesco ao meio ambiente?
Pois é. Ontem eu vi um comercial na televisão sobre algo que me chamou à atenção: O troféu de "Plástico Verde" produzido pelo Oscar Niemeyer para o GP do Brasil de Fórmula 1 .
O "Plástico Verde" é o resultado de alguns anos de pesquisa e de US$ 5 milhões de investimento da empresa brasileira (dá-lhe Brasil) Braskem . O troféu, que está sendo considerado como uma obra de arte pela imprensa especializada, ganharam destaque por terem sido fabricadas pelo primeiro polietileno certificado do mundo e oriundo da empresa petroquímica líder no mercado latino-americano e terceira maior produtora de resinas termoplásticas das Américas . Que ironia!!

A indústria Braskem, que tem unidades no Polo Petroquímico do Grande ABC, inaugurou ontem à tarde em Triunfo (a cerca de 100 km de Porto Alegre) sua fábrica de plástico verde - que utiliza fonte renovável (a cana-de-açúcar) no lugar do petróleo como matéria-prima.

Com investimento de R$ 500 milhões, a empresa passa a ter a maior unidade industrial do eteno derivado de etanol no mundo. Consumirá 462 milhões de litros de álcool por ano e permitirá a produção de 200 mil toneladas da resina plástica polietileno - que serve para a fabricação de embalagens alimentícias e outros produtos em plástico.

Ainda é uma parte pequena do volume total da companhia, que produz mais de 15 milhões de toneladas anuais de resinas e outros itens petroquímicos, mas essa é uma área de atuação em que empresa deve crescer, segundo o presidente da empresa, Bernardo Gradin.

A demanda prévia por plástico verde mostra o potencial desse produto. Antes mesmo do início da comercialização, já havia três vezes mais procura do que capacidade da planta. Entre os clientes que já acertaram a compra estão Toyota, Natura, Procter&Gamble, Acinplas e outras.

Gradin afirma que a meta é ser líder em sustentabilidade no segmento no mundo. Ainda de acordo com o executivo, a opção pela resina renovável colabora para reduzir o efeito estufa, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera (pela fotossíntese da cana-de-açúcar) para cada tonelada de polietileno produzida.

A fábrica de plástico verde já despertou o interesse em quatro países - Gradin não revela quais - para a venda de tecnologia para instalação de unidades fabris iguais aos de Triunfo.

LULA
A inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que ontem se tornou um dia histórico para o País, com a capitalização da Petrobras, feita pela manhã, na Bovespa, e, à tarde, com o início da fábrica da Braskem, que fortalece a opção brasileira pela matriz energética renovável a partir da cana-de-açúcar. O etanol já corresponde hoje a 18% de toda a matriz energética do País, superando até mesmo a hidroelétrica, com 15,7%.


Mauá pode ter produção de polipropileno verde

Com o objetivo de se consolidar como a primeira do mundo em química sustentável, a Braskem tem intensificado pesquisas para produzir também em larga escala o polipropileno verde - em que a fábrica da antiga Suzano Petroquímica, em Mauá, hoje pertencente à Braskem, iniciou pesquisas com esse foco, há alguns anos.


Dessa forma, a unidade de Mauá, que é uma das maiores produtoras de polipropileno do País (com cerca de 450 mil toneladas anuais), é candidata a produzir a resina verde e ampliar o leque de produtos sustentáveis da companhia no País.

PESQUISAS
No entanto, ainda não há previsão dentro da companhia para que a produção de mais este produto verde comece a ocorrer. Isso porque o item ainda está em fase de "bancada" dos pesquisadores. O presidente da empresa, Bernardo Gradin, explica que ainda não é possível prever quanto tempo levará para sair da fase de estudos para a escala industrial a custo competitivo no mercado. O polipropileno é utilizado em aplicações como para-choques de carros, por sua resistência ao impacto. (Leone Faria)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Aquecimento global só será revertido com novas tecnologias, dizem cientistas


Aquecimento global só será revertido com novas tecnologias, dizem cientistas
O gráfico mostra o declínio projetado das emissões de dióxido de carbono em gigatoneladas (bilhões de toneladas) pela infraestrutura atual de energia e transportes ao longo dos próximos 50 anos, em comparação com três cenários traçados pelo IPCC. [Imagem: Carnegie Institution]

Redução do aquecimento global

As tecnologias atuais de geração de energia não são suficientes para reduzir as emissões de carbono aos níveis considerados necessários para evitar os riscos ao planeta promovidos pelo aquecimento global.

A afirmação é de um artigo publicado por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá na edição desta sexta-feira da revista Science.

Estima-se que, para evitar os riscos das mudanças climáticas globais, seria preciso evitar que a temperatura média do mundo chegasse a 2º C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial.

Modelos climáticos atuais indicam que, para atingir esse objetivo, será preciso limitar as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera em menos de 450 partes por milhão (ppm).

O problema é que permanecer abaixo desse nível implica diminuir substancialmente as emissões de combustíveis fósseis, algo que os países industrializados não estão conseguindo fazer. O nível atual é de aproximadamente 385 pp. Antes da Revolução Industrial, estava abaixo de 280 ppm.

Paralisação do crescimento

Steven Davis e seus colegas da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, avaliaram o que ocorreria com o planeta se nenhum outro dispositivo emissor de CO2 fosse fabricado.

Nessa situação hipotética, sem uma única fábrica ou automóvel novo, a infraestrutura energética atual do mundo emitiria cerca de 496 bilhões de toneladas de CO2 nos próximos 50 anos.

Isso seria suficiente para estabilizar os níveis do gás na atmosfera em 430 ppm e deixaria a temperatura média em 1,3º C acima dos níveis pré-industriais.

Os riscos do aquecimento global teriam sido vencidos, mas, segundo os cientistas, o cenário hipotético ilustra bem a situação atual vivida pelo planeta. Somente de veículos automotivos, o mundo ganha a cada dia não um, mas cerca de 170 mil novos - isso segundo dados da International Organization of Motor Vehicle Manufacturers de 2009, que representaram, em meio à crise econômica mundial, queda de 13,5% em relação à produção do ano anterior.

"Até agora, os esforços feitos para diminuir as emissões por meio de regulações e de acordos internacionais não funcionaram. As emissões estão aumentando mais do que nunca e os programas para desenvolver fontes de energia 'neutras em carbono' estão, nos melhores casos, ainda muito incipientes", disse Martin Hoffert, professor emérito do Departamento de Física da Universidade de Nova York, em artigo comentando o estudo de Davis e colegas na mesma edição da Science.

O problema do carvão

Mas a pior notícia é que a situação tende a se agravar ainda mais. Segundo os pesquisadores, as fontes das emissões mais ameaçadoras ao planeta ainda não foram construídas. Isso porque o mundo e suas economias simplesmente continuarão a crescer. Um exemplo é o carvão.

"À medida que o pico na produção de petróleo e de gás natural se aproxima, a produção de carvão aumenta, com novas usinas movidas a carvão sendo construídas na China, Índia e nos Estados Unidos", disse Hoffert.

"Investimentos maciços serão cruciais para permitir que a pesquisa básica encontre e desenvolva tecnologias possíveis de serem aplicadas comercialmente e em massa. Mas a introdução de tecnologias neutras em carbono também exige, no mínimo, que sejam revertidos incentivos perversos, como os atualmente existentes para subsidiar a produção de combustíveis fósseis e que se estima serem 12 vezes maiores do que os aplicados para a energia renovável", afirmou.

Manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016

Manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016
Sem as penumbras, que podem ser vistas na imagem amarela, as atuais manchas solares estão se enfraquecendo magneticamente. [Imagem: William Livingston/NSO]

Pequena era do gelo

Cientistas que estudaram as manchas solares durante os últimos 20 anos concluíram que o campo magnético do Sol que as origina está diminuindo.

Se a tendência atual continuar, por volta de 2016 o Sol pode ficar totalmente sem manchas e assim permanecer ao longo de décadas.

Um fenômeno semelhante, que ocorreu no século 17, coincidiu com um período prolongado de resfriamento na Terra.

Conhecido como "Pequena Era do Gelo", o maior Mínimo Solar já registrado durou 70 anos. O chamado Mínimo de Maunder durou de 1645 a 1715, com a Terra experimentando temperaturas muito baixas.

Embora os mínimos solares normalmente durem cerca de 16 meses, o atual se estendeu por 26 meses, o mais longo em um século.

Campo magnético das manchas solares

As manchas solares surgem quando ressurgências do campo magnético do Sol aprisionam plasma ionizado em sua superfície. Normalmente, o gás superaquecido, eletricamente carregado, libera seu calor e mergulha de volta abaixo da superfície. Mas o campo magnético inibe este processo.

Em artigo publicado na revista Science, Phil Berardelli relata o trabalho dos astrônomos Matthew Penn e William Livingston, do Observatório Nacional Solar em Tucson, Arizona, que vêm estudando as manchas solares desde 1990.

Usando uma técnica de medição chamada Separação de Zeeman, os astrônomos analisaram mais de 1.500 manchas solares e concluíram que a intensidade do campo magnético das manchas solares caiu de uma média de cerca de 2.700 gauss para cerca de 2.000 gauss - a intensidade média do campo magnético da Terra tem menos de 1 gauss.

Eles não sabem explicar as razões para tal diminuição. Mas se a tendência continuar, a força do campo magnético das manchas solares vai cair para uma média de 1.500 gauss já em 2016.

Como 1.500 gauss é o mínimo necessário para produzir manchas solares, os astrônomos afirmam que elas poderão não ser mais geradas a partir de então. Foi justamente isso o que aconteceu durante o Mínimo de Maunder.

Previsões sobre o clima solar

Mas Livingston adverte que a previsão de zero manchas solares pode ser prematura. "Isso pode não acontecer," disse ele à Science. "Somente o tempo dirá se o ciclo solar vai decolar."

Ainda assim, acrescenta ele, não há dúvida de que as manchas solares "não estão muito saudáveis agora." Em vez dos fortes pontos rodeados por halos, chamados penumbras, como se viu durante o último máximo solar, a maior parte da safra atual parece "um pouco repicada", com poucas ou nenhuma penumbra.

Mas há quem discorde deles. O físico David Hathaway, do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, achou o estudo interessante, mas acha que os dois astrônomos podem ter deixado de lado pequenas manchas solares, o que pode ter elevado a média considerada por eles.

Hathaway é um crítico de longa data daqueles que acreditam que o comportamento do Sol está saindo do normal - veja O que há de errado com o Sol?.

Outra pesquisa recente mostrou que o impacto do Sol sobre a Terra vai além das manchas solares.

Gás nobre "ameaçado de extinção" coloca ciência e tecnologia em xeque

Cientistas do mundo todo estão preocupados com a crescente escassez do gás hélio (He). Embora o hélio seja o segundo elemento mais abundante no universo, ele compõe apenas 0,0018% da atmosfera terrestre e sua produção industrial é extremamente limitada e diretamente atrelada à extração do gás natural.

Não-renovável e insubstituível

"O Hélio é não-renovável e insubstituível. Suas propriedades são únicas e, ao contrário dos combustíveis fósseis (petróleo e gás natural), não há formas biossintéticas para se fabricar uma alternativa ao hélio. Todos devem fazer os maiores esforços possíveis para reciclá-lo," alerta o professor Lee Sobotka, da Universidade de St. Louis, nos Estados Unidos.

Sobotka não está sozinho em suas preocupações. Os cientistas vêm alertando sobre o perigo da escassez de hélio há pelo menos 10 anos. Em 2007 a Sociedade Norte- Americana de Física lançou um manifesto afirmando que o suprimento de hélio se tornará um problema crítico neste século.

Uso em ciência e tecnologia

A principal razão para isso é que o uso do hélio é enorme nas pesquisas científicas e nas tecnologias mais modernas. Ressonância nuclear magnética, espectroscopia de massa, soldagem, fibras ópticas e produção de chips de computador são apenas algumas das aplicações desse que é considerado o mais nobre dos gases.

Ainda utilizado também para encher balões, o hélio é utilizado em grandes quantidades pela NASA para pressurizar os tanques dos ônibus espaciais. Sua incrível estabilidade e o fato de não ser inflamável tornaram o hélio famoso como substituto do hidrogênio na era dos grandes dirigíveis. Mas, ao invés de ficar na história, esse gás nobre acompanhou a evolução da tecnologia e hoje é tão essencial quanto o silício ou o germânio.

Fontes de hélio

O hélio disponível na Terra foi gerado desde a formação do nosso planeta pelo decaimento radioativo do urânio e do tório. O urânio-238 é o isótopo mais importante nessa produção natural de hélio. Acontece que, durante toda a vida do nosso planeta, apenas metade dos átomos de urânio-238 decaíram e resultaram em hélio. Esse é o nosso estoque atual e, se o esgotarmos, poderemos ficar sem o gás nobre.

Quando o urânio e o tório decaem, o hélio sai do interior da Terra em direção à atmosfera. Atualmente existem cinco partes por milhão de hélio em nossa atmosfera, o que torna esse gás nobre o segundo elemento mais abundante na Terra, sendo responsável por 8% do total. Mas não há formas de se capturá-lo diretamente na atmosfera.

Produção de hélio

Por sorte, uma parte do hélio é aprisionada no interior de depósitos de gás natural em determinadas formações geológicas. É daí que ele é explorado hoje. O hélio 4 (dois prótons e dois nêutrons) torna-se líquido a apenas 4,2 Kelvin, meros quatro graus acima do zero absoluto.

Para se produzir o hélio, o gás natural extraído dessas reservas é resfriado a 90 K, quando tudo o mais, exceto o próprio hélio, se liqüefaz. O gás nobre é então comprimido ou resfriado ainda mais até atingir a forma líquida, estando pronto para uso comercial.

O hélio líquido custa hoje cerca de US$5,00 o litro, mas esse preço subiu 50% em 2007. Os cientistas acreditam que a saída para a garantia do suprimento contínuo de hélio está na reciclagem e no investimento em reservas ricas no gás nobre pertencentes à Rússia

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Empresa asiática pode levar nova multa se não retirar lixo de porto gaúcho

Valor pode chegar a R$ 3 milhões se empresa não cumprir ordem até a próxima segunda; 22 toneladas de resíduos estão em Rio Grande desde o último dia 3


No porto de Rio Grande, termina o prazo para a retirada do lixo, armazernado em contêineres - Guga V. W., Especial


Elder Ogliari - O Estado de S. Paulo

PORTO ALEGRE - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) poderá aplicar nova multa, dobrando o valor da primeira - de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões - à transportadora sul-coreana Hanjin Shipping caso a empresa não retire as 22 toneladas de lixo doméstico urbano apreendidas no porto do Rio Grande até a próxima segunda-feira.

A advertência foi feita pelo diretor de qualidade do órgão, Fernando Marques, nesta quinta-feira. Se o impasse não se resolver pelas vias administrativas poderá ser levado aos tribunais.

O contêiner de lixo encontrado pela Receita Federal no porto do Rio Grande no dia 3 de agosto contém embalagens e restos de fraldas descartáveis, batata frita, molho de tomate, sucos, fertilizantes, ração de cães e até uma minhoca. Segundo o Ibama, os resíduos, originários da República Tcheca, foram embarcados no porto de Hamburgo, na Alemanha, pela empresa Dashan, de Hong Kong, e transportados para o Brasil pela Hanjin.

A importadora é a Recoplast Recuperação e Comércio de Plástico, de Esteio, que alega ter comprado aparas de polímeros de etileno, um resíduo industrial limpo utilizado na fabricação de sacolas e embalagens, e não o lixo doméstico que iria receber se a carga não fosse interceptada. A empresa também foi multada, no valor de R$ 400 mil, e promete provar que agiu de boa fé quando apresentar a defesa administrativa.

Apesar do potencial de gerar chorume e contaminar o meio ambiente, a carga é pequena se comparada com a de 1,4 mil toneladas de lixo descobertas no ano passado em Rio Grande, Santos e Caxias e devolvida à Inglaterra. Por causa disso, uma das hipóteses levantadas pelos fiscais do Ibama é a de que a operação tenha sido um teste para detectar se a vigilância portuária brasileira está atenta.

O Brasil também tem 60 dias de prazo para notificar a ocorrência à Convenção da Basileia, que poderá cobrar explicações da Alemanha pela permissão para despacho de uma carga irregular num de seus portos.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

INFLUÊNCIA DAS QUEIMADAS DA AMAZÔNIA SOBRE O EFEITO ESTUFA

Nilton José Sousa

1. INTRODUÇÃO

A emissão e acumulação de gases como o dióxido de carbono na atmosfera, é conhecida mundialmente como efeito estufa, ou de uma maneira mais simplificada como o aquecimento da terra pela emissão excessiva de gases poluentes.
Entre as principais causas do efeito estufa estão: a queima de combustíveis fósseis (tanto a nível industrial como urbano); a devastação e queima de áreas florestais como a floresta Amazônica; a associação destes e outros processos. Sendo assim, existem muitas controvérsias e muitas teorias sobre este assunto, onde algumas entidades ecológicas intitulam as queimadas da Amazônia como um dos principais causadores do efeito estufa.
Sendo assim o presente trabalho pretende demonstrar de maneira sucinta as diferentes interpretações sobre as causas e consequências das queimadas na Amazônia sobre o efeito estufa.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O clima da Terra e um produto de interações complexas da atmosfera, oceanos, calotas glaciais, seres vivos e até mesmo rochas e sedimentos. Quando o sistema climático esta em equilíbrio como estava antes da Revolução Industrial, que gerou um grande aumento das emissões de gases-estufa, a radiação solar absorvida encontrava-se em equilíbrio perfeito em relação à radiação emitida para o espaço pela Terra e atmosfera. Os fatores que alteram este equilíbrio mudando o clima são chamados de agentes de coerção radioativa, entre estes agentes estão os gases-estufa.
Segundo LEGGET (1992), gases-estufa são aqueles que provocam a retenção da radiação infravermelha na atmosfera, aquecendo assim a superfície da Terra e camada inferior da atmosfera (Figura 01). Traços destes gases têm estado na atmosfera durante a maior parte da história da terra. O vapor d’água, por sua abundância, é de longe o mais importante gás natural causador do efeito estufa. O dióxido de carbono (CO2), o segundo gás-estufa em importância, é lançado na atmosfera de maneira tanto natural quanto não natural. Vem sendo lançado de maneira natural pelos vulcões ao longo da história da Terra, percorrendo os vários ciclos que o carbono segue na natureza. Se não fosse a presença do CO2 a temperatura na superfície da Terra seria cerca de 33 oC mais baixa do que é hoje (tornando-se nociva a vida). Mas o CO2 também entra na atmosfera de forma não natural em decorrência de atividades humanas habituais, principalmente queima de combustíveis fósseis e destruição das florestas. Além do CO2, existem outros gases que são de extrema importância no contexto do efeito estufa.

2. PRINCIPAIS GASES-ESTUFA DA ATMOSFERA

2.1 Vapor d’água

Segundo TUBELIS & NASCIMENTO (1986), as fontes naturais do vapor d’água são as superfícies de água, gelo e neve, a superfície do solo, as superfícies vegetais e animais. A passagem para a fase de vapor é realizada pelos processos físicos de evaporação e sublimação, e pela transpiração.
Segundo OMETTO (1981), o vapor d’água é um dos dos constituintes variáveis do ar atmosférico, chegando a ter até 4% em volume. TUBELIS & NASCIMENTO (1986), citam que este volume e extremamente variável e que esta variabilidade provém da extrema facilidade com que consegue mudar de fase, nas condições atmosféricas reinantes. Essas mudanças de fase são acompanhadas por liberação ou absorção de calor latente, que associadas com o transporte de vapor d’água pela circulação atmosférica, atuam na distribuição do calor sobre o globo terrestre.
Por apresentar estas características o vapor d’água é considerado o mais importante gás-estufa, além disso, com a ação do efeito estufa a atmosfera se tornará mais quente contendo uma quantidade maior de vapor d’água em decorrência de índices mais altos de evaporação.

2.2 Dióxido de Carbono (CO2 )

As principais reservas de carbono da natureza são a biota, o solo e os oceanos. A biota que consiste em toda vida sobre a superfície da Terra, dominada em termos de volume, pela vida vegetal, absorve cerca de 102 Gt (Gigatonelada = 1 bilhão de toneladas), de carbono por ano do CO2 liberado durante a fotossíntese, isto representa cerca de 14% do teor total de CO2 da atmosfera. Em contrapartida a biota devolve anualmente cerca de 30 Gt de carbono à atmosfera. A decomposição bacteriana de matéria vegetal morta, acrescenta mais 50 Gt de carbono ao CO2 devolvido à atmosfera. Há portanto certo equilíbrio no carbono trocado entre a biota terrrestre e a atmosfera, sendo retidas por ano talvez 2 Gt de carbono na biota terrestre.
Nos oceanos o CO2, também é absorvido da atmosfera, em decorrência de processos tanto químicos como biológicos. O dióxido de carbono é recebido em solução sob a forma de íons de bicarbonato de, enquanto os fitoplânctons são sorvedores de dióxido de carbono em decorrência da fotossíntese. Um total de 92 Gt de carbono por ano é absorvido da atmosfera desta maneira. Das águas superficiais, perto de 90 Gt de carbono são devolvidas à atmosfera a cada ano. Por processos físicos e biológicos: liberação de dióxido de carbono diretamente das águas marinhas por difusão em decorrência da respiração dos fitoplânctons, ficando cerca de 2 Gt retidas anualmente nos oceanos.
Sendo assim, sem interferência humana, o carbono na natureza estaria em equilíbrio, sendo que o excedente de carbono que fica armazenado voltaria a natureza pela ação dos vulcões. Entretanto a ação do homem, desequilibra este ciclo, desde a revolução industrial.
A queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), gera anualmente mais de 5,7 Gt de carbono na atmosfera, a estas devem ser acrescidas mais 2 Gt, provenientes da queima e derrubada de florestas. Este carbono mais o captado pelos oceanos e pela biota, resultam em um aumento líquido de 3 Gt de carbono por ano na atmosfera. Em outras palavras, desde 1860 os seres humanos lançaram cerca de 175 Gt de carbono na atmosfera.
Extrapolando estes números para 200 anos, a contar do início da era industrial, o homem poderá lançar mais carbono na atmosfera do que já existe atualmente na massa total de seres vivos do planeta. Além disso, devem ser consideradas as reservas de petróleo e carvão que se foram totalmente exploradas pelo homem aumentaram em 2.000 Gt o carbono da atmosfera, mais do triplo do que existe atualmente na atmosfera.
Quanto aos efeitos disto sobre a temperatura da Terra é impossível precisar o que acontecerá, pois deve ser considerado que além dos combustíveis fósseis existem as retroalimetanções para o sistema climático.

2.3 Metano (CH4)

O metano é o segundo gás-estufa em importância, produzido durante a decomposição anaeróbica. As principais fontes de metano são arrozais, pântanos, animais domésticos ou não, cupins, gás natural e outros meios anaeróbicos. A taxa de metano na atmosfera aumenta 1% ao não, sendo pouco conhecidas as causas deste aumento. Algumas delas podem ser o aumento dos rebanhos domésticos, a expansão de cultura de arroz e principalmente os vazamentos de gás natural ou aterros. A permanência do metano na atmosfera e pequena (menos de 10 anos), sendo consumido na atmosfera e em menor escala no solo. O metano tem um potencial de aquecimento global de 63 num período de 20 anos, ou seja, 1 Kg de metano nesse período produzirá 63 vezes o aquecimento global de 1 Kg de dióxido de carbono, portanto o metano e 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono.

2.3 Óxido Nitroso

Como gás-estufa o óxido nitroso é ainda mais potente que o metano, e sua eficácia é cerca de 230 vezes superior à do CO2. O óxido nitroso é produzido nos solos, acredita-se virem dos solos 90% das emissões de N2O. É grande a possibilidade de o N2O concorrer para o aquecimento global, por ser um absorvente eficaz de radiação infravermelha e permanecer muito tempo na atmosfera. O principal meio de dissipação deste óxido é a luz ultra violeta estratosférica, que o destroi, porém essa dissipação e bastante lenta podendo demorar até 150 anos. De maneira geral pouco se sabe sobre a quantidade real de N2O que existe e quais seriam seus efeitos sobre o aquecimento do planeta.

3. EFEITOS DO DESMATAMENTO SOBRE O EFEITO ESTUFA

3.1 Considerações gerais sobre a região Amazônica

A região Norte do Brasil é composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará e Amapá. Esta região ocupa uma área de 3.858.502 Km2, ou seja 45,33% da área total do Brasil e nela concentra-se a floresta amazônica dona de uma das maiores diversidade biológicas do planeta. Paralelamente a toda esta grandeza territorial e riqueza natural, nestes estados encontra-se uma das populações mais pobres do Brasil, que historicamente convivem com a floresta, sendo o fogo um dos seus principais aliados para sobrepor a floresta quando isto se faz necessário. Portanto as queimadas na Amazônia, tem grande importância na limpeza de áreas para a agricultura de subsistência da região, fazendo parte da cultura do povo desta região.
Entretanto nos últimos anos a Amazônia passou a ser considerada internacionalmente como a campeã mundial de queimadas, o que evidentemente não é ocasionado pela agricultura de subsistência, mas sim por outras atividades que passar a fazer parte do dai a dia desta região. Além disso, deve ser lembrado que no Brasil existem outras regiões onde a queima e praticada, comprovando que as queimadas não são uma exclusividade da região Amazônica.

3.1 Análise do efeito das queimadas em florestas tropicais, pelo grupo ecológico GREENPEACE

Dos 8.511.960 Km2 do Brasil, quase 2,9 milhões eram cobertos pela floresta Amazônica até o final da década de 60. Hoje, a extensão florestal do país foi reduzida a cerca de 2.200.000 Km2. Mesmo com essa redução, o Brasil ainda é o responsável por 27,5% de todas as florestas tropicais do mundo.
O padrão de desmatamento da Amazônia brasileira é bastante diferenciado. Alguns trechos estão perdendo rapidamente sua cobertura florestal, enquanto outros continuam praticamente intocados, o caso de desmatamento mais progressivo ocorreu no estado de Rondônia, que em 1980 tinha 8.000 km2 de área desmatada, passando a 60.000 km2 em 1987. De maneira geral a Amazônia teve seu desmatamento acentuado a partir de 1980. Em 1975 foi estimado que 29.000 km2 tinham sido desmatados, passando para 125.000 km2 em 1980 e 400.000 km2 em 1988, ou seja 69% dos desmatamento ocorreu a partir de 1980.
O desmatamento leva a liberação de grandes quantidades de carbono proveniente da biomassa na atmosfera da terra, onde se transforma no dióxido de carbono, que é o gás responsável por quase metade de efeito estufa. Além disso, são liberadas grandes quantidades de outros gases causadores do efeito estufa como o metano e o óxido nitroso.
A atual liberação de carbono proveniente de qualquer tipo de floresta tropical deve ser comparada ao total de emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis no mundo inteiro (principalmente nos países menos desenvolvidos), estimadas em 5,6 bilhões de toneladas métricas em 1989. Portanto, as florestas tropicais são responsáveis por 30% da concentração de dióxido de carbono na atmosfera global, concentração que por sua vez é responsável por metade do aquecimento global. Quando acrescentamos outros gases-estufa emitidos pelo desmatamento das florestas tropicais, o metano e o óxido nitroso, a contribuição geral do desmatamento das florestas para o aquecimento global pode ser estimada em cerca de 18 a 19%, talvez mais. Além disso, a contribuição dos desmatamentos para a concentração de CO2,, parece estar crescendo mais do que a dos combustíveis fósseis. Extrapolando essa tendência, no início do próximo século as florestas tropicais poderiam alcançar um pico de 5 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, diminuindo a partir dai, pois não haveria mais florestas para serem destruídas.
Deste total de dióxido de carbono, liberado na atmosfera pela queima das florestas tropicais, atualmente a floresta Amazônica representa 32,1% ou seja o maior percentual entre todas as florestas tropicais do mundo.

3.2 Comparação entre a análise das queimadas na Amazônia, segundo a visão do GREENPEACE e do autor KIRCHHOFF

O autor em questão, como os pesquisadores que escreveram o relatório do GREENPEACE sobre aquecimento global também consideram as queimadas como produtoras de CO2,, causando enormes prejuízos às plantas e animais da região, fato que futuramente pode vir a comprometer a composição e a qualidade da atmosfera, contribuindo também para o efeito estufa. Porém os números dados por este autor são menos alarmantes que os do GREENPEACE. Enquanto o GREENPEACE, garante que as queimadas na região tropical representam 30% do dióxido de carbono lançado anualmente na atmosfera. KIRCHHOFF afirma que as queimadas em todo mundo representam 25% do CO2 produzido por todas as fontes de produção, sendo as queimadas da região tropical reponsáveis por apenas 11,2%, deste total de combustíveis.
Segundo o GREENPEACE, a percentagem de 30% do CO2, produzido pelas florestas tropicais representa metade do aquecimento global, enquanto que para o outro autor as queimadas contribuem de maneira global para o efeito estufa, porém não de forma expressiva.
Para KIRCHHOFF, a região da Amazônia não é o principal responsável pelo processo de emissão de gases para a atmosfera, alertando para que a legislação brasileira proíba as queimadas, além de reduzir a queima de combustíveis fósseis. Porém, para o GREENPEACE, a floresta amazônica representa 32,1% das queimadas na região tropical e consequentemente um terço do dióxido de carbono lançado na atmosfera anualmente.

4. CONCLUSÃO

Se analisarmos a emissão de gases na atmosfera, como uma consequência para o aquecimento da Terra, encontraremos evidências cientificas que comprovarão este fenômeno, bem como são indiscutíveis as evidências de que as queimadas emitem um grande número de gases que passam a funcionar na atmosfera como gases-estufa. Porém, na maioria dos casos a maior parte das informações que tentam prever as consequências do efeito estufa, são baseadas em teorias que ainda precisam ser comprovadas.
Este fato é admitido inclusive no relatório do grupo GREENPEACE, que ao tentar demonstrar que a Terra esta tendo um aquecimento acelerado e que uma das causas deste aquecimento são as queimadas admite, em muitos momentos que pouco se sabe sobre as reais consequências do efeito estufa. Além disso, deve ser considerado que a emissão de CO2 na verdade e muito mais intensa e constante nas áreas urbanas do que em regiões como a Amazônia. Isto deve-se ao fato de que nas zonas urbanas as indústrias e a circulação de automoveis tem um ritmo acelerado e constante, ao passo que as queimadas antes de tudo estão relacionadas ao clima .

Reportagem

Desmatamento na Amazônia avança em áreas protegidas

Em agosto, a Amazônia perdeu 125 quilômetros quadrados (km²) de floresta em áreas em que as derrubadas não deveriam acontecer. De acordo com os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgados hoje (14) pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), dos 273 km² de desmate registrados em agosto, 48% ocorreram em unidades de conservação ou terras indígenas, consideradas áreas protegidas.

As unidades de conservação mais atingidas estão no Pará, na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu e nas Florestas Nacionais do Jamanxim e de Altamira. As áreas ficam na região de influência da BR-163, da Rodovia Transamazônica e na Terra do Meio, um conjunto de unidades de conservação pressionado pelo avanço da pecuária.

O Pará se manteve na liderança do desmatamento, com 209 km² de florestas a menos em agosto, 76% do total registrado pelo Imazon no período. Mato Grosso aparece em seguida, com 22 km² de desmate (8% do total) e em terceiro lugar está o Amazonas, com 6 km² de novas áreas derrubadas (6% do total).

Em relação a agosto de 2008, quando o Imazon verificou 102 km² de desmatamento, houve aumento de 167%. No entanto, o levantamento aponta que parte do desmate registrado em agosto deste ano pode ter ocorrido nos meses anteriores, quando a cobertura de nuvens impedia a visualização dos satélites.

O levantamento do Imazon é paralelo à estimativa oficial, calculada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontou 498 km² de desmatamento em agosto.

Via: Agência Brasi

5. BIBLIOGRAFIA

KIRCHHOFF, V. W. U. Queimada na Amazônia e o efeito estufa. Ed. Contexto, São Paulo, 1992.

JEREMY L. (Editor responsável). Aquecimento global. O relatório do GREENPEACE. Ed. Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro - RJ, 1992.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Possíveis impactos da mudança de clima no Nordeste




Clima do Nordeste: o presente

É conhecido que as chuvas do semi-árido da região Nordeste apresentam enorme variabilidade espacial e temporal. Anos de secas e chuvas abundantes se alternam de formas erráticas, e grandes são as secas de 1710-11, 1723-27, 1736-57, 1744-45, 1777-78, 1808-09, 1824-25, 1835-37, 1844-45, 1877-79, 1982-83, e 1997-98. A ocorrência de chuvas, por si só, não garante que as culturas de subsistência de sequeiro serão bem-sucedidas, e um veranico ou período seco dentro da quadra chuvosa pode ter impactos bastante adversos à agricultura da região. O regime pluviométrico de uma determinada região mantém uma forte relação com as condições hídricas do solo. Visto que a precipitação na região Nordeste apresenta uma grande variabilidade no tempo e espaço, a ocorrência de chuvas, por si, não garante que as culturas de subsistência serão bem sucedidas. No semi-árido é freqüente a ocorrência de períodos secos durante a estação chuvosa que, dependendo da intensidade e duração, provocam fortes danos nas culturas de subsistência.

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A região Nordeste caracteriza-se naturalmente como de alto potencial para evaporação da água em função da enorme disponibilidade de energia solar e altas temperaturas. Aumentos de temperatura associados à mudança de clima decorrente do aquecimento global, independente do que possa vir a ocorrer com as chuvas, já seriam suficientes para causar maior evaporação dos lagos, açudes e reservatórios e maior demanda evaporativa das plantas. Isto é, a menos que haja aumento de chuvas, a água se tornará um bem mais escasso, com sérias conseqüências para a sustentabilidade do desenvolvimento regional.

O sistema elétrico brasileiro depende do regime de chuvas. Uma pequena redução da quantidade de chuvas ou um pequeno aumento da evaporação pode levar a zero a geração de energia em grandes áreas do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Sentimos isso em 2001, durante o “apagão”. Aquilo foi provocado pelas poucas chuvas no sistema hidrelétrico do Sudeste, e bastou um aumento da temperatura de um ou dois graus, e a quantidade de água perdida para a evaporação, e o excesso de uso de energia para fazer funcionar sistemas de ar acondicionado e refrigeração, foram suficientes para levar os níveis dos reservatórios das usinas hidroelétricas a níveis próximos a zero, comprometendo a geração de energia.

Clima do Brasil: o futuro

As projeções de clima, liberadas pelo Quarto Relatório do IPCC (IPCC AR4), têm mostrado cenários de secas e eventos extremos de chuva em grandes áreas do planeta. No Brasil, a região mais vulnerável, do ponto de vista social, à mudança de clima, seria o interior de Nordeste, conhecida como semi-árido, ou simplesmente o “sertão”. Reduções de chuva aparecem na maioria dos modelos globais do IPCC AR4, assim como um aquecimento que pode chegar até 3-4ºC para a segunda metade do século XXI. Isso acarreta reduções de até 15-20% nas vazões do rio São Francisco.

O Relatório do Clima do Brasil, produzido recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem estudado as mudanças de clima no Brasil, e para o Nordeste, para finais do século XXI. Este relatório tem usado modelos regionais de até 50 km de resolução animados no modelo global de HadAM3 do Centro Climático do Reino Unido (Hadley Centre). Segundo este relatório do Inpe, estes seriam os possíveis impactos da mudança de clima, considerando os cenários otimistas e pessimistas propostos pelo IPCC:

No cenário climático pessimista, as temperaturas aumentariam de 2 ºC a 4 ºC e as chuvas de reduziriam entre 15-20% no Nordeste até o final do século XXI. No cenário otimista, o aquecimento seria entre 1-3 ºC e a chuva ficaria entre 10-15% menor que no presente.

Essas mudanças no clima do Nordeste no futuro podem ter os seguintes impactos:

  • A caatinga pode dar lugar a uma vegetação mais típica de zonas áridas, com predominância de cactáceas. O desmatamento da Amazônia também afetará a região.
  • Um aumento de 3ºC ou mais na temperatura média deixaria ainda mais secos os locais que hoje têm maior déficit hídrico no semi-árido.
  • A produção agrícola de subsistência de grandes áreas pode se tornar inviável, colocando a própria sobrevivência do homem em risco.
  • O alto potencial para evaporação do Nordeste, combinado com o aumento de temperatura, causaria diminuição da água de lagos, açudes e reservatórios.
  • O semi-árido nordestino ficará vulnerável a chuvas torrenciais e concentradas em curto espaço de tempo, resultando em enchentes e graves impactos sócio-ambientais. Porém, e mais importante, espera-se uma maior freqüência de dias secos consecutivos e de ondas de calor decorrente do aumento na freqüência de veranicos.
  • Com a degradação do solo, aumentará a migração para as cidades costeiras, agravando ainda mais os problemas urbanos.

Conseqüências da mudança do clima no Nordeste:

As projeções apresentadas no Relatório do Clima do Inpe foram geradas usando modelos climáticos globais e regionais, e o fato de todos os modelos convergirem numa situação de clima mais quente e seco pode fazer com que consideremos essas projeções como tendo um grau de certeza grande. Considerando um modelo em particular (o modelo do Centro Climático britânico - Hadley Centre) e o cenário pessimista, apresenta uma tendência de extensão da deficiência hídrica por praticamente todo o ano para o Nordeste, isto é, tendência a “aridização” da região semi-árida até final do século XXI. Define-se “aridização” como sendo uma situação na qual o déficit hídrico que atualmente apresenta-se no semi-árido durante 6-7 meses do ano seja estendido para todo o ano, conseqüência de um aumento na temperatura e redução das chuvas. Em resumo, grande parte do semi-árido nordestino, onde a agricultura não irrigada já é atividade marginal, tornar-se-ia ainda mais marginal para a prática da agricultura de subsistência.

Aquecimento global, com a elevação do nível dos oceanos, aumento da intensidade e da freqüência das ressacas nos últimos anos, a ocupação irregular da orla e mudanças provocadas pelo homem nos rios que desaguam no mar são apontados, por especialistas em climatologia e fenômenos marinhos, como causas mais prováveis da redução das praias. Uma elevação de 50 cm no nível do Atlântico poderia consumir 100 metros de praia no Norte e no Nordeste. Em Recife, por exemplo, a linha costeira retrocedeu 80 metros de 1915 a 1950, e mais de 25 metros de 1985 e 1995.

Os ambientalistas estão preocupados também com a caatinga, apontada como uma das ações mais urgentes. A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, abriga uma fauna e uma flora únicas, com muitas espécies endêmicas, ou seja, que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Trata-se de um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande parte de sua área tendo já sido bastante modificada pelas condições extremas de clima observadas nos últimos anos, e potencialmente são muito vulneráveis às mudanças climáticas.

O clima mais quente e seco poderia ainda levar a população a migrar para as grandes cidades da região ou para outras regiões, gerando ondas de “refugiados ambientais”, aumentando assim os problemas sociais já existentes nos grandes centros urbanos do Nordeste e do Brasil.

O que pode ser feito: avaliações do impacto e vulnerabilidade as mudanças climáticas

A população mais pobre é a que sofrerá mais e a região mais afetada seria um quadrilátero no Nordeste, compreendendo desde o oeste do Piauí, o sul do Ceará, o norte da Bahia e oeste de Pernambuco, onde estão as cidades com menor desenvolvimento humano. As projeções de clima para o futuro indicam riscos de secas de 10 anos ou mais.

Para um país com tamanha vulnerabilidade, o esforço atual de mapear tal vulnerabilidade e risco, conhecer profundamente suas causas setor por setor, e subsidiar políticas públicas de mitigação e de adaptação ainda se situa bem aquém de suas necessidades. O conhecimento sobre impactos setoriais avançou um pouco sobre a vulnerabilidade da mega diversidade biológica e de alguns agro-ecossistemas (milho, trigo, soja e café) às mudanças climáticas, com indicações iniciais de significativa vulnerabilidade. Nos setores de saúde, recursos hídricos e energia, zonas costeiras, e desenvolvimento sustentável do semi-árido e da Amazônia, a quantidade de análises de impactos e vulnerabilidade é substancialmente menor, o que aponta para uma premente necessidade de induzir estudos para esses setores.

São mais comuns os estudos de vulnerabilidade a mudanças dos usos da terra, aumento populacional e conflito de uso de recursos naturais, porém, é urgente um esforço nacional para a elaboração de um “Mapa Nacional de Vulnerabilidade e Riscos às Mudanças Climáticas”, integrando as diferentes vulnerabilidades setoriais e integrando estas com as demais causas de vulnerabilidade. Um plano contra a mudança climática incluiria tanto ações de adaptação (como mudar o zoneamento em cidades litorâneas para evitar o avanço do mar) quanto de mitigação.

Implementação de um sistema brasileiro de alerta precoce de seca e desertificação

Considerando a sensibilidade do Nordeste às variações climáticas, e ante uma potencial mudança do clima nessa região, considerada como a mais vulnerável às reduções de chuva e aumento das temperaturas, é necessária uma ação coordenada do governo para enfrentar a mudança de clima. O governo brasileiro está criando um sistema para prever a ocorrência de grandes períodos de seca no semi-árido e apontar as áreas suscetíveis a um processo de desertificação desencadeado por mudanças climáticas.

Batizado de Sistema Brasileiro de Alerta Precoce de Secas e Desertificação, o projeto visa à criação e implantação de um sistema, que permita trabalhar com a questão mais imediata que são as grandes secas episódicas que atingem a região, assim como a criação de uma ferramenta de diagnóstico para identificar as áreas mais afetadas pela degradação ambiental, e mais suscetíveis à desertificação.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vazamento de petróleo ameaça vida marinha da China

Alinhar ao centro

O maior vazamento de petróleo conhecido na China já havia mais do que duplicado até hoje, fechando praias no Mar Amarelo e fazendo com que autoridades ambientais dissessem que o espesso petróleo bruto representa uma "severa ameaça" à vida marinha e à qualidade da água na região.

As pessoas que trabalham na limpeza das praias em Dalian não têm os equipamentos necessários, o que complica a realização da tarefa, embora 40 barcos para o controle do petróleo e centenas de barcos de pesca tenham sido enviados para a área.

"Estive em algumas baías hoje e vi que elas estão quase inteiramente cobertas de óleo", disse Zhong Yu, funcionária do grupo ambientalista Greenpeace, na China. O petróleo se espalhou por mais de 430 quilômetros quadrados em cinco dias, desde que um oleoduto no movimentado porto do nordeste do país explodiu.

Meios de comunicação estatais afirmam que não há mais vazamento no mar, mas não está claro qual foi a quantidade de petróleo que saiu do oleoduto. O Greenpeace China divulgou hoje fotografias de esteiras de palha de 2 metros quadrados no meio do vazamento, colocadas para absorver o óleo. Zhong disse que é difícil estimar o tamanho real do vazamento e dos danos que está causando.

Mas uma autoridade marítima da cidade de Dalian, onde o porto está localizado, já advertiu sobre os danos ambientais. "O petróleo representa uma severa ameaça aos animais marinhos, à qualidade da água e aos pássaros marinhos", disse Huang Yong, da Administração de Segurança Marítima Chinesa em Dalian, à Dragon TV.

Mortes

Pelo menos uma pessoa morreu durante as tentativas de limpeza. Zhang Liang, um bombeiro de 25 anos, se afogou ontem quando uma onda o derrubou de uma embarcação, informou a agência de notícias Xinhua.

Outro homem, que também caiu, foi resgatado. As praias perto de Dalian, uma das cidades com melhor qualidade de vida na China, foram fechadas porque o óleo está chegando as suas margens, informou a Xinhua.

A Televisão Central da China havia informado anteriormente que 1.500 toneladas de petróleo vazaram, o que é algo em torno de 400 mil galões (1,5 bilhão de litros). Estima-se que no Golfo do México o vazamento de um poço da British Petroleum tenha derramado entre 94 milhões e 184 milhões de galões de petróleo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Projeto 'fabrica' mosca para enfrentar praga


Fábrica no norte da Bahia vai produzir insetos estéreis para combater a praga que mais prejudica os produtores do Vale do São Francisco


Crédito: Biomoscamed / Divulgação


Fruticultura no Vale do São Francisco


O Vale do São Francisco abriga cerca de 100 mil hectares de fazendas produtoras de frutas. A região do chamado submédio São Francisco, entre os municípios baianos de Petrolina e Juazeiro, onde está instalada a fábrica de moscas, é atualmente o maior centro produtor de uvas finas de mesa do país e contribui com 80% das exportações. Responde ainda por 70% das exportações de manga para Europa e Estados Unidos.


ALAN INFANTE
da PrimaPagina

Um empreendimento inusitado no meio do pólo fruticultor do Vale do rio São Francisco deve ajudar a reduzir os custos dos produtores e melhorar a qualidade dos frutos. Uma espécie de fábrica de moscas pretende suprimir uma das principais pragas da região, a Ceratitis capitata, conhecida popularmente como mosca-da-fruta. A idéia é a um só tempo inovadora e simples: produzir machos estéreis e soltá-los no pomar para que eles concorram com os machos férteis, copulem com as fêmeas e estas gerem ovos inférteis. Como as fêmeas em geral copulam apenas uma vez durante seu ciclo de vida (30 a 40 dias), a estratégia reduz gradativamente o número de moscas. Além de mais barata e menos danosa ao meio ambiente, já que dispensa o uso de pesticidas, a técnica tem se mostrado mais eficiente.

A fábrica de moscas, inaugurada este mês, é resultado de um projeto de biotecnologia voltado ao controle natural de pragas da

Biomoscamed — uma organização sem fins lucrativos. A iniciativa é financiada pelo governo federal e pelos governos da Bahia, Pernambuco e Ceará. Além disso, recebe apoio técnico da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da USP (Universidade de São Paulo), entre outras entidades. O PNUD apoiou o projeto por meio de uma parceria com o Ministério da Integração Nacional.

O projeto da biofábrica nasceu com o objetivo de desenvolver um método eficiente e mais barato de combater a mosca-da-fruta, também conhecida como mosca-do-mediterrâneo —praga que gera um grande prejuízo para produtores de frutas em todo o país. O inseto, oriundo da África, deposita seus ovos no interior dos frutos para que, posteriormente, suas larvas se alimentem da polpa. Entre as culturas atacadas estão goiaba, manga, acerola, pitanga, cajá, umbu e melão.

Além de provocar a perda comercial dos frutos infestados, a praga eleva os custos de exportação do restante da safra, já que os compradores exigem que a produção passe por um processo de esterilizarão, segundo a supervisora de produção da Biomoscamed, a engenheira agrônoma Valdecira Reis. “Como a mosca-da-fruta é uma praga quarentenária [erradicada, mas que representa um risco potencial] nos Estados Unidos, eles exigem que os frutos passem por um tratamento hidrotérmico e que um fiscal da USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês] — pago pelos produtores — fiscalize a produção dia e noite”, afirma Valdecira.

Para combater a praga, o projeto iniciou seu trabalho pesquisando a mosca-da-fruta e estudando sua população no Vale do São Francisco. “Era uma região que estava com uma população bastante elevada, causando um prejuízo alto aos produtores”, conta Valdecira. Paralelamente, foram realizados testes em laboratório com exemplares machos da espécie, para torná-los inférteis.

“O processo é feito 48 horas antes do macho da espécie nascer, quando ele é submetido a uma forte carga de radiação com cobalto, o que provoca uma deformidade em seu órgão reprodutor e o torna estéril”, explica a supervisora de produção. No mesmo dia em que nascem, os insetos são liberados no pomar em uma proporção de nove estéreis para cada mosca selvagem. “Assim que é solto, o macho libera um feromônio que atrai e fêmea. Ele então copula a fêmea com um espermatozóide inviável que vai gerar ovos inférteis”, conta.

O controle da população de moscas-da-fruta deve ser permanente, para que a liberação dos machos seja proporcional ao número de insetos. O objetivo não é exterminar completamente a praga, mas mantê-la em um nível que não represente uma ameaça econômica à fruticultura. “Sabe-se que, quando se erradica uma praga, surge outra. A intenção do projeto é suprimir a mosca-da-fruta. Suprimir significa viver com ela sem que ela cause um dano econômico”, afirma Valdecira.

A capacidade de produção atual da fábrica é de 4 milhões de moscas por semana, o que permite desenvolver apenas alguns projetos pilotos na região do São Francisco. A meta é que, até o ano que vem, a Biomoscamed esteja produzindo 400 milhões de insetos por semana. “Em 2007, quando termina o financiamento do governo federal, já teremos condições de produzir o suficiente para buscar novas fontes de financiamento”, diz Valdecira.

Além do projeto com a mosca-da-fruta, a Biomoscamed pretende expandir sua atuação para outras pragas e para insetos que provocam doenças em humanos. A fábrica já começou as pesquisas para desenvolver a mesma técnica para combater uma outra espécie de mosca-da-fruta, a Anastrepha fratercula. “Também estamos com um projeto para produzir o predador natural da mosca-da-fruta e estamos estudando, no futuro, desenvolver machos estéreis de moscas-do-chifre, que atacam o gado, do Aedes egypt, que transmite a dengue, e do inseto transmissor da Malaria, [o Anopheles gambiae]”, revela Valdercira.


Mosca estéril em escala comercial

Primeira fábrica brasileira já produz insetos gerados com técnica baseada na energia nuclear

Frutas limpas, ambientalmente seguras, extremamente competitivas em mercados exigentes como Estados Unidos, União Européia e Japão e socialmente responsáveis ao criar 3 mil empregos indiretos. A partir de abril de 2007, esta será a realidade da produção de frutas da região semiárida do Vale do São Francisco graças à energia nuclear. É ela que esteriliza insetos machos da espécie da moscada-fruta ou mosca do mediterrâneo – moscamed – para combater a praga das plantações.

A Biofábrica Moscamed do Brasil, criada em 2002 a partir de uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com apoio do Ministério das Ciências e Tecnologia e financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), foi instalada no município de Juazeiro, na Bahia. Em agosto deste ano, ela começou a produção de 5 milhões de moscas machos estéreis por semana, que serão utilizadas para validar o método empregado na esterilização e desenvolver a logística de distribuição. Mas até o final de 2006, os insetos serão liberados em 20 mil hectares de pomares de manga.

Em 2007, esta produção salta para 200 milhões por semana. Metade será utilizada nos 80 mil hectares da fruticultura do Vale do São Francisco e os 100 milhões restantes exportados para países como Marrocos e Espanha. E será neste momento que o empreendimento, cujo investimento foi de R$ 10 milhões, passará a ser auto-sustentável.

Antes mesmo de exportar a população de moscas estéreis, a Biofábrica de Moscamed do Brasil já transfere tecnologia. Estiveram no centro de treinamento da fábrica técnicos do Senegal, Cuba e Nicarágua e pesquisadores da Colômbia, Equador e Venezuela já procuraram a instituição para futuras trocas de experiência. E em setembro, durante o Simpósio Internacional de Moscas-das-Frutas, a fábrica receberá a visita de 30 autoridades estrangeiras.

“A Moscamed é a primeira instituição no Brasil que usa energia nuclear na agricultura em escala comercial”, diz o geneticista Aldo Malavasi, diretor-presidente da fábrica. “E até hoje, mesmo depois de 50 anos de criado, não existe método mais eficiente de se impedir a reprodução das moscas”. Existem alternativas para esse processo, mas que deixam os machos tão debilitados que se tornam incapazes de enfrentar a concorrência da sua espécie na natureza.

Redução de custos

Criada pelo entomólogo americano Edward Knipling, a técnica de esterilização com energia nuclear já é utilizada em países como Chile, Argentina, Portugal, Austrália, África do Sul, Tailândia, Japão e Peru, além dos Estados Unidos, líder nesta técnica.

Os custos para utilização da moscamed esterilizada também são competitivos. Enquanto se gasta, em média, 30 dólares por hectare por ano com os insetos, o uso de agrotóxico consome 25. E estes investimentos se igualam e até mesmo caem a favor das moscas a partir do segundo ano de aplicação, quando se reduz o número de machos estéreis liberados no cultivo das frutas.

Ao adotarem essa técnica na fruticultura do Vale do São Francisco, os agricultores estarão economizando 50% do que hoje consomem com inseticidas e processos de preparação e manutenção das frutas para exportação.

Nos Estados Unidos, país que mais gasta com programas de combate à praga das frutas no mundo, essa conta já foi mais do que equacionada. O governo destina US$ 80 milhões anuais aos projetos da Califórnia, Flórida e Guatemala-México para evitar uma perda estimada em U$ 1,2 bilhão, caso a moscamed se estabelecesse em território americano.

Radiação gama e aromoterapia

A escolha pelo Vale do São Francisco para a implantação da primeira fábrica de moscas estéreis do Brasil tem motivos econômicos. É lá que se concentram 93% das mangas e 98% das uvas exportadas pelo país. Além disso, a região é rica em bagaço de cana-de-açúcar, milho e vitaminas, insumos utilizados na alimentação das larvas das moscas estéreis. Essa mistura, chamada de dieta artificial, reproduz o que os insetos ingerem ao se alimentarem da polpa da fruta.

A produção dos machos se dá a partir da manutenção de uma colônia-padrão(uma linhagem mutante, importada de Viena, na Áustria), fornecida pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena), um dos pioneiros no uso de técnicas nucleares na agricultura. Esta colônia é mantida pura por sucessivas gerações através de filtros genéticos. Os adultos são constantemente selecionados e os ovos/embriões são colocados em dietas artificiais para crescimento e manutenção da espécie pura.

Depois de um determinado estágio de crescimento, eles passam para um tanque com água a 34 graus centígrados, que mata os ovos-fêmea, resultado da mutação da colônia-padrão. Com isso, só os machos passam para a próxima fase, o que reduz em 40% o investimento na produção da moscamed estéril.

Feita a separação, eles se transformam em larvas e finalmente em pupa, quando são submetidos a uma radiação gama do cobalto 60. É neste estágio que os insetos vão para o local em que serão liberados e lá armazenados até se transformarem em machos adultos.

Mas antes de serem soltos no pomar, a nova colônia de machos passa por uma seção de aromoterapia. “Os machos da fábrica têm um poder de atração de 70% a 75% dos seus concorrentes da natureza. Para reduzir essa diferença e torná-los alvos das fêmeas selvagens, eles recebem um tratamento com óleo de gengibre”, explica Aldo Malavasi.

Irradiação de vespas

Antes de apoiar com pesquisas e consultoria técnica a montagem da Moscamed do Brasil, o Laboratório de Radioentomologia do Cena trabalhou em um projeto-piloto de esterilização de insetos adultos selvagens, associada à irradiação das larvas oferecidas aos parasitóides, pequenas vespas que são inimigas naturais das moscas. Essa atuação em duas frentes garante, de um lado, o desenvolvimento normal das vespas e, de outro, que as larvas que porventura não forem consumidas se transformem em moscas adultas.

“De 1998 a 2005, quando trabalhamos com as vespas e a irradiação de larvas junto às fazendas de cítricos de São Paulo, houve uma redução de 6% na perda das plantações”, afirma o entomologista Júlio Walder, do Cena. “Antes dessa experiência, 15% da colheita era inutilizada pela queda prematura dos frutos”.

Prova de que o programa do Centro da USP deu certo é que empresas de citricultura de São Paulo querem montar um laboratório para ter auto-suficiência na produção do inimigo natural da mosca-da-fruta.

De acordo com Júlio Walder, o mais apropriado para a cultura da laranja e outros cítricos é continuar com as técnicas de esterilização das moscas machos e da irradiação das larvas oferecidas aos parasitóides. “Como se produz esse tipo de fruta o ano inteiro, o melhor a fazer é, cada vez mais, aumentar o número de vespas nas plantações, através de liberações quinzenais”. Na Bahia, a utilização de moscamed estéril é mais eficaz porque há o período de entressafra, quando se solta os supermachos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Novos ataques à dengue


© Luciano Andrade Moreira

Uma vez por mês agentes de saúde retiram os suportes onde os ovos ficam grudados, levam para contagem em laboratório e renovam a infusão de grama e larvicida. Como as ovitrampas dispõem de referências geográficas, todas as informações coletadas são colocadas no mapa da cidade. “É um instrumento sensível e eficaz para detectar e monitorar áreas com elevada intensidade do mosquito Aedes”, diz Lêda.

As ovitrampas detectaram a presença de ovos, e conseqüentemente de fêmeas adultas, em 88% a 96% dos imóveis em sete bairros do Recife. Para ilustrar a eficácia da armadilha, Lêda cita que em uma única ovitrampa foram recolhidos 8.900 ovos no período de um mês. Na mesma área, o índice de infestação predial, método tradicionalmente utilizado que se baseia na pesquisa visual das larvas, estava em torno de 1%. “Um dos experimentos realizados resultou no recolhimento e queima de mais de 10 milhões de ovos e redução da densidade populacional do mosquito em 60%”, diz Lêda. O projeto faz parte do Sistema de Apoio Unificado para Detecção e Acompanhamento em Vigilância Epidemiológica (Saudavel), que tem como parceiros, além da Fiocruz, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade Federal do Paraná e a UFMG.

A busca por alternativas ao controle químico utilizado atualmente abre outras frentes de pesquisa, como a criação em laboratório de mosquitos geneticamente modificados. Um dos grupos de pesquisa, coordenado pela professora Margareth de Lara Capurro Guimarães, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), construiu genes que funcionam como anticorpos contra a dengue, com interferência direta sobre o vírus da doença. “Eles reconhecem a partícula viral e tentam impedir que o vírus atinja a glândula salivar do mosquito”, diz Margareth.

A primeira etapa para a criação dos mosquitos transgênicos é a montagem de seqüências de DNA, inseridas no genoma do inseto para torná-lo um vetor menos eficiente. Os genes de interesse são então injetados nos embriões dos mosquitos, que são os ovos colocados pelas fêmeas para obter as linhagens geneticamente modificadas. Só após o nascimento das larvas é que dá para saber se os mosquitos são efetivamente transgênicos. “Injetamos 2.500 embriões para conseguir 20 famílias”, diz Margareth. A prova da transgenia está no gene marcador, inserido junto com o gene de interesse escolhido para combater o mosquito da dengue. O gene marcador determina a produção de uma proteína fluorescente e só é visto com um microscópio. Se a larva apresentar olhos verdes ou vermelhos e pontos da mesma cor brilhantes em seu dorso, é transgênica.

Números da dengue

  • De 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas no mundo por ano, com 550 mil internações e 20 mil mortes (Organização Mundial da Saúde).

  • No Brasil, entre janeiro e outubro de 2006, foram registrados 280.511 casos da doença, com 61 mortes.
  • O grupo do Instituto de Ciências Biomédicas também pesquisa a esterilização do macho por irradiação com cobalto. Esse controle biológico já é utilizado na agricultura para combater a mosca-das-frutas. “Ao colocar machos estéreis na natureza há uma diminuição na população”, diz Margareth.

    A fêmea do Aedes tem um comportamento sexual semelhante ao da mosca-das-frutas. Ela é fiel a um único companheiro. Portanto, se cruzar com um macho estéril, será incapaz de procriar. As fêmeas do Aedes colocam, de cinco em cinco dias, ovos resultantes de uma única fecundação. Se ela estiver infectada com dengue, parte de sua prole também estará. Por isso quando começam a ser relatados casos de dengue em uma região eles aumentam exponencialmente de forma muito rápida.

    sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

    Haiti pede ajuda internacional após forte terremoto

    Abalo atingiu 7 graus na escala Richter. O Brasil comanda cerca de 7 mil soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti

    O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, pediu ajuda internacional para atenuar os danos materiais e humanos provocados pelo forte terremoto que atingiu o país no início da noite desta terça-feira.





    Em entrevista concedida à rede de televisão CNN, o embaixador disse que as consequências do terremoto, cuja intensidade foi de 7,0 graus na escala Richter, pode ter tido proporções “catastróficas”. “A única coisa que posso fazer agora é rezar e confiar em que o pior não aconteça”, disse.

    O terremoto, que provocou um alerta de tsunami para partes do Caribe, incluindo o Haiti, a República Dominicana, Cuba e Bahamas, foi seguido de dois tremores fortes, de magnitudes iniciais de 5,9 e 5,5. Por enquanto, não há relatos de vítimas.

    O epicentro do terremoto foi dentro do território haitiano, a 22 km da da capital Porto Príncipe, e teve profundidade de 8 km. Um grande terremoto, de magnitude 7,0 ou maior, é capaz de provocar danos graves.

    “A ameaça de um tsunami extenso e destrutivo não existe com base em dados históricos de terremoto e tsunami”, disse o segundo o Centro para Alertas de Tsunami no Pacífico. “No entanto, há a possibilidade de um tsunami local, que pode afetar o litoral a não mais de 100 km do epicentro do tremor”.

    Um hospital teria desabado com o terremoto, segundo informações de autoridades e testemunhas. Um operador de câmera da agência Associated Press teria visto o hospital de Petionville desabar, mas não informou maiores detalhes.

    “Todos estão totalmente aterrorizados e atônitos”, disse Henry Bahn, funcionário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que visita o país caribenho. Bahn disse que caminhava no seu quarto de hotel quando a terra começou a tremer.

    O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7 mil soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1,3 mil homens na região. O Ministério da Defesa brasileiro informou não saber se o terremoto teria afetado as forças brasileiras no Haiti.

    O terremoto também foi sentido com força em grande parte da República Dominicana e de Cuba, mas não há até agora informações sobre vítimas ou danos nestes países.

    Com agências internacionais

    Fonte: Terra

    quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

    2010 poderá ser ano ainda mais quente, prevê instituto



    O ano de 2010 poderá bater todos os recordes de temperatura, apesar de o Sol estar em um período de baixa atividade.

    Apesar da ladainha de que o aquecimento global "parou" em 1998, 2009 terá sido um dos cinco anos mais quentes já registrados desde que as medições por termômetros começaram, em 1850.

    Na década 2000-2009, a temperatura média do planeta foi 0,4 ºC maior que a registrada entre 1961 e 1990, segundo o Met Office (serviço de meteorologia britânico). O Met Office prevê que 2010 tem chance de encabeçar a lista.

    O balanço de temperaturas deste ano é mais notável quando se considera que desde 2008 o Sol se encontra mergulhado num "mínimo profundo" de atividade, do qual só começou a sair em meados deste ano. Segundo a Nasa (agência espacial dos EUA), tamanha calmaria na atividade solar não era observada desde 1913.

    Os especialistas estimam que o retorno à atividade máxima só ocorra em 2013. Enquanto isso, a contribuição solar para as variações climáticas é equivalente a apenas um décimo da contribuição dos gases de efeito estufa antropogênicos - ou seja, o clima da Terra não deve esperar o retorno da atividade solar para bater recordes.

    "Enquanto a temperatura média global foi de 14 ºC entre 1961 e 1990", explica o Met Office, a de 2010 deve ficar ao redor de 14,58 ºC. James Hansen, diretor do Instituto Goddard de Ciência Espacial, da Nasa, estima uma chance maior que 50% de que isso ocorra mesmo.

    A participação do Brasil nesse encontro fajuto teve duas manifestações importantes: uma, visível pela televisão, a expressão facial contrariada entre Carlos Minc, ministro do Meio-Ambiente - Lula só lhe dá jurisdição sobre meio ambiente; a outra metade é dos desmatadores financiantes de campanhas - e Dilma). Só quem não viu não percebeu dois ministros do mesmo governo totalmente em desacordo (O que Minc faz num governo sabidamente favorável à transformação da Amazônia num cerrado?). A outra mnanifestação, deslavada, foi haver 800 delegados, pagos com descontos de nossos salários e impostos, para não fazer nada, já que não se registrou participação deles nas discussões. Foi pagamento prévio de posterior trabalho como cabo eleitoral? Lula me perguntou se autorizava pagamento a cabos eleitorais de Dilma, sua laranja para 2014? O Superior Tribunal Eleitoral continua recebendo seus vencimentos, mesmo com campanhas eleitorais correndo soltas, antes de sua autenticação? Nós, que pagamos tudo isto, fomos perguntados se concordávamos? Acho que eu não estava em casa no dia da consulta! Que moral terá o eleito, às minhas cusrtas, mas sem minha autorização? Não está na hora de os eleitores que pensam manifestar o que pensam?
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