quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Efeito Estufa e o aquecimento global

A temperatura média da Terra gira em torno de 15º C. Isso ocorre porque existem naturalmente gases, como o dióxido de carbono, o metano e o vapor d’água em nossa atmosfera que formam uma camada que aprisiona parte do calor do Sol. Se não fossem esses gases, a Terra seria um ambiente gelado, com temperatura média de -17º C. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa. Não fosse por ele, a vida na Terra não teria tamanha diversidade.

O “Efeito Estufa” é um processo que faz com que a temperatura da Terra seja maior do que a que seria na ausência de atmosfera. A atmosfera da Terra é constituída de gases que permitem a passagem da radiação solar, e absorvem grande parte do calor (a radiação infravermelha térmica), emitido pela superfície aquecida da Terra. Graças a ela, a temperatura média da superfície do planeta mantém-se em cerca de 15°C. Sem o Efeito Estufa, a temperatura média da Terra seria de 18°C abaixo de zero, ou seja, ele é responsável por um aumento de 33°C. Portanto, é benefício ao planeta, pois cria condições para a existência de vida.

O Efeito Estufa dentro de uma determinada faixa pode ser considerado como uma coisa boa, pois, sem ele a vida, como a conhecemos, não poderia existir. O que se pode tornar catastrófico é um aumento do Efeito Estufa, causada pela ação do homem, que desestabilize o equilíbrio e origine o aquecimento global do planeta.

Desde a revolução industrial começamos a emitir imensas quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases na atmosfera, tornando a camada que retém o calor mais espessa. Isso intensifica o efeito estufa. Somente no último século, a temperatura da Terra aumentou em 0,7º C. Parece pouco, mas esse aquecimento já está alterando o clima em todo o planeta. As grandes massas de gelo começam a derreter, aumentando o nível médio do mar, ameaçando as ilhas oceânicas e as zonas costeiras. Furacões, tufões e ciclones ficam mais intensos e destrutivos. Temperaturas mínimas ficam mais altas, enxurradas e secas mais fortes e regiões com escassez de água, como o semi-árido, viram desertos.

O Aquecimento Global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs (Clorofluorcarbono). A hipótese da intensificação do fenômeno é muito simples, do ponto de vista da física: quanto maior for a concentração de gases, maior será o aprisionamento do calor, e conseqüentemente mais alta a temperatura média do globo terrestre.

Causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) têm sido propostas para explicar o fenômeno do aquecimento global. Porém, nas mais recentes discussões, meteorologistas e climatólogos tem chegado a conclusão que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno.

O Aquecimento Global somente entrou na pauta política na anos 1980, que culminou com a conferência internacional conhecida por Rio 92, realizada no Rio de Janeiro em 1992.

A partir da Revolução Industrial, o planeta passou a enfrentar uma nova realidade: a mudança de temperatura causada pelo homem através da poluição. Este problema começou a ser sentido nos microclimas, com o aumento da temperatura nos grandes centros urbanos e mais recentemente no macroclima, com o aumento do nível do mar, uma ameaça em escala global que pode causar escassez de alimentos e graves problemas sociais.

Essas alterações no microclima se repetem em todas as grandes cidades com o aumento da temperatura e a diminuição da umidade, causados pela falta de área verde, pelo concreto e asfalto, pela construção de prédios que impedem a ventilação, pelo aumento da atividade industrial e da poluição proveniente dos carros. No que se refere ao microclima da cidade de São Paulo, por exemplo, pode-se afirmar que o clima mudou com a urbanização dos últimos 50 anos. Antes, São Paulo era conhecida como a “terra da garoa”, mas hoje a garoa no final da tarde está mais rara, no inverno nem chega a cair e é mais comum na periferia.

O aumento de 2 a 6 ºC que se prevê para os próximos 100 anos seria maior do que qualquer aumento de temperatura alguma vez registrado desde o aparecimento da civilização humana na Terra.

Os elevados índices de Dióxido de Carbono que se têm medido desde o século passado, e que só tendem a aumentar, podem vir a provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências em escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes.

A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na atmosfera. 750 bilhões de toneladas, é o total de CO2 na atmosfera hoje. O Brasil ocupa um confortável 16º lugar entre os países que mais emitem gás carbônico para gerar energia. Mas se forem considerados também os gases do efeito estufa liberados pelas queimadas e pela agropecuária, o país é o quarto maior poluidor (em % das emissões totais de gases do efeito estufa).

1.Estados Unidos 15,8%
2.China 11,9%
3.Indonésia 7,4%
4.Brasil 5,4 %
5. Rússia 4,8%
6.Índia 4,5%
7.Japão 3,2%
8.Alemanha 2,5 %
9.Malásia 2,1%
10.Canadá 1,8%

O problema é que nós, os humanos, estamos adicionando cada vez mais dióxido de carbono na atmosfera ao queimarmos combustíveis fosséis para obter energia. Nós também temos adicionado gases de efeito estufa que não estão presentes naturalmente na atmosfera (Óxido nitroso e o CFC).

Caso medidas drásticas não sejam tomadas para controlar o aquecimento global, o planeta enfrentará tempos muito difíceis. A temperatura irá aumentar mais que 2º C acima dos níveis pré-industriais, com riscos de extinção em massa, colapso dos ecossistemas, falta de alimentos, escassez de água e grandes prejuízos econômicos.


AQUECIMENTO DESENCANDEIA LIBERAÇÃO DE METANO PELOS OCEANOS

Desde tempos imemoriais, metano e petróleo vazam de camadas abaixo do sedimento oceânico na costa da Califórnia. As bolhas de metano sobem à superfície do mar e se somam ao estoque de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera da Terra. O petróleo tende também a flutuar e, com o passar do tempo, decompõe-se em alcatrão e volta a assentar-se na camada de sedimento marinho. Agora, uma nova pesquisa envolvendo esses resíduos sugere que os vazamentos são influenciados pela temperatura do oceano, e portanto pelo próprio aquecimento mundial para o qual eles contribuem. Atualmente, em todo o mundo, esses vazamentos são responsáveis pela liberação de 33 milhões de toneladas de metano a cada ano, cerca de 15% das emissões naturais de gases que provocam o efeito estufa.

1.0 - AS POSSÍVEIS CAUSAS DO AQUECIMENTO GLOBAL

São vários os fatores, apontados por ecologistas e cientistas, que podem estar provocando essas mudanças climáticas, tais como o buraco na camada de ozônio, a poluição atmosférica, o aumento da atividade solar, etc.

1.1 - AS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL

No caso de não se tomarem medidas drásticas, de forma a controlar a emissão de gases de Efeito Estufa é quase certo que teremos que enfrentar um aumento da temperatura global que continuará indefinidamente, e cujos efeitos serão piores do que quaisquer efeitos provocados por flutuações naturais, o que quer dizer que iremos provavelmente assistir às maiores catástrofes naturais (agora causadas indiretamente pelo homem) alguma vez registradas no planeta.


O aumento da temperatura global faz com que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser forçadas a sair dos seus habitats devido a mudanças nas condições (o que pode aumentar a possibilidade de extinção de várias espécies) enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas (formando as “pragas” nas lavouras e nas regiões urbanas). Este aumento da temperatura irá intensificar os ventos, a chuva e as tempestades.

As mudanças climáticas se expressam, também, pelo aumento dos desastres naturais tais como as grandes inundações, secas de longa duração, tufões em maior quantidade e intensidade, aparecendo, com mais freqüência, em regiões extra-tropicais, recrudescimento do fenômeno "El Niño" com suas más conseqüências para o clima e para a economia das regiões pesqueiras de todo o oceano Pacífico.

2.1 SECAS E DESERTIFICAÇÃO

Um dos efeitos do aquecimento global da Terra poderá ser a seca. Quando a temperatura aumentar, a água irá se aquecer rapidamente. Em alguns lugares, onde não chove muito normalmente, a vida vegetal acaba por depender de lagos e rios para sobreviver. E quando a temperatura aumentar, a água nesta área irá evaporar e a seca irá acontecer. A vida vegetal começará a morrer e conseqüentemente existirão poucas plantas para retirar o dióxido de carbono do ar (o que também é acentuado pelo ritmo crescente das queimadas e exploração de madeiras – favorecendo a proliferação de insetos nocivos à saúde humana e animal). Isto poderá fazer com que várias colheitas sejam destruídas e a fome ou a sede comecem a atacar as pessoas mais carentes. E não para por aí, poderá também fazer com que o Efeito Estufa se agrave mais ainda.

Todo ano, áreas com média de 2.000 km quadrados se transformam em deserto devido à falta de chuvas. O total de áreas atingidas por secas dobrou em trinta anos. Um quarto da superfície do planeta é agora de deserto. Só na China, as áreas desérticas avançam 10.000 quilômetros quadrados por ano, o equivalente ao território do Líbano. 40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a temperatura suba de 2 a 3 graus.

A Organização das Nações Unidas estima que 150.000 pessoas morrem anualmente por causa de secas, inundações e outros fatores relacionados diretamente ao aquecimento global. Em 2030, o número dobrará.

2.2 - O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS

O fenômeno do derretimento das geleiras acontece em ambos os pólos e nas geleiras montanhosas em ritmo acelerado. A água que desce das montanhas contribui para aumentar o nível do mar. O derretimento das calotas polares e de geleiras eleva o nível das águas dos oceanos e dos lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas.

Dados de satélite mostram uma diminuição de 10% na área que é coberta por neve desde os anos 60. Nos últimos 40 anos, o derretimento do gelo das montanhas está sendo verificado em vários continentes, nos Andes, nos Alpes e nos EUA. Somente a Geleira Malaspina perde 2,7 quilômetros cúbicos de água por ano.

O mais preocupante com relação ao aumento do nível global dos oceanos é o derretimento das camadas de gelo na Antártica, no Pólo Sul, porque as geleiras estão sobre um continente enquanto o gelo do Pólo Norte está sobre a água. A Antártica reúne cerca de 90% de todo o gelo da Terra e, segundo projeções, se todo este gelo fosse derretido o mar subiria 60 metros - No momento, os cientistas não esperam um maior derretimento nos próximos 100 anos.

O Brasil coleta informações meteorológicas na Antártica através de imagens de satélites, monitoradas pelo Laboratório de Pesquisas Antárticas e Glaciológicas (Lapag) do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Há dados que apontam um aumento de temperatura, desprendimento de icebergs e recolhimento das geleiras.

Este derretimento da neve poderá resultar em um circuito realimentador da perda de refletividade nas calotas terrestres.

2.3 - ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS MARES

A elevação do nível do mar não se dá apenas devido ao derretimento de gelo e aumento de massa, mas também pela expansão térmica (devido ao aquecimento planetário) da massa líquida do oceano e conseqüente aumento de volume. Cálculos matemáticos indicam que o efeito da expansão térmica é bem mais importante do que o derretimento das geleiras. Devido ao aquecimento das águas, a ocorrência de furacões das categorias 4 e 5 (os mais intensos da escala), dobrou nos últimos 35 anos.

A elevação desde o início do século passado está entre 8 e 20 centímetros. Em certas áreas litorâneas, com algumas ilhas do Pacífico, isso significou um avanço de 100 metros na maré alta. Um estudo da ONU estima que o nível das águas subirá 1 metro até o fim deste século. Cidades à beira-mar, como o Recife, precisarão ser protegidas por diques. Na Holanda, onde boa parte do território da costa do país foi construído através de diques no mar do Norte, há muita preocupação com a subida das águas e são feitos monitoramentos constantes.

Enquanto em algumas áreas irá faltar água, outras irão ter água demais.

O aquecimento da superfície favorecerá um aumento da evaporação nos oceanos o que fará com que haja na atmosfera mais vapor de água (o gás de estufa mais importante, sobretudo porque existe em grande quantidade na nossa atmosfera). Podemos, nesse caso, esperar um aquecimento médio de 4 a 6ºC na superfície. Mas mais humidade (vapor de água) no ar pode também significar uma presença de mais nuvens na atmosfera o que se pensa que, em média, poderá causar um efeito de arrefecimento. O efeito dominante depende de muitos fatores, nomeadamente da altitude e do tamanho das nuvens e das suas gotículas.

A Corrente (marítima) do Atlântico Norte, por exemplo, é provocada por diferenças de temperatura entre os mares. E aparentemente ela está diminuindo à medida que a temperatura média global aumenta. Isso significa que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra que são aquecidas pela corrente poderão apresentar climas mais frios a despeito do aumento do aquecimento global. Se essa corrente parar ou diminuir significativamente (uma vez que está recebendo uma grande quantidade de icebergs e de água proveniente das geleiras, grande parte do hemisfério norte poderá cair em uma nova Era do Gelo.

2.4 - BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO

A camada de ozônio é uma "capa" desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer de pele. Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer.

Alguns gases produzidos pela indústria, principalmente o clorofluorcarbono (CFC) [usado em aerossóis e em aparelhos de refrigeração] ao serem liberados podem atingir a camada de ozônio, e a ação deles destrói as moléculas que a formam (O3 ou ozônio), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera.

As moléculas de clorofluorcarbono, ou Freon, passam intactas pela troposfera, que é a parte da atmosfera que vai da superfície até uma altitude média de 10.000 metros. Em seguida essas moléculas atingem a estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior quantidade. Esses raios quebram as partículas de CFC (ClFC) liberando o átomo de cloro. Este átomo, então, rompe a molécula de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). A reação tem continuidade e logo o átomo de cloro libera o de oxigênio que se liga a um átomo de oxigênio de outra molécula de ozônio, e o átomo de cloro passa a destruir outra molécula de ozônio, criando uma reação em cadeia.

Por outro lado, existe a reação que beneficia a camada de ozônio: Quando a luz solar atua sobre óxidos de nitrogênio, estes podem reagir liberando os átomos de oxigênio, que se combinam e produzem ozônio. Estes óxidos de nitrogênio são produzidos continuamente pelos veículos automotores, resultado da queima de combustíveis fósseis. Infelizmente, a produção de CFC, mesmo sendo menor que a de óxidos de nitrogênio, consegue, devido à reação em cadeia já explicada, destruir um número bem maior de moléculas de ozônio que as produzidas pelos automóveis.

As ineficientes tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás ,principalmente nos refrigeradores, fez com que o buraco continuasse aumentando, prejudicando cada vez mais a humanidade.

A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida. Porquê? Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente lançado no Brasil pode atingir a Europa devido a correntes de convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na Antártida até a época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de sol quebram as moléculas de CFC encontradas nessa área, iniciando a reação. Em 1988, foi constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração de monóxido de cloro é cem vezes maior que em qualquer outra parte do mundo. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15% da superfície do planeta.

Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada de ozônio também é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, de acordo com os instrumentos medidores do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a movimentação do gás na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no Brasil em comparação com os países de primeiro mundo. No Brasil apenas 5% dos aerosóis utilizam CFC, já que uma mistura de butano e propano é significativamente mais barata, funcionando perfeitamente em substituição ao clorofluorcarbono.

A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da incidência de câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no clima, resultando no efeito estufa, o que acentuaria o descongelamento das geleiras polares e conseqüente inundação de muitos territórios que atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais se aconselha a evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares, únicas maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

3.0 - O PROTOCOLO DE KIOTO

Após várias rodadas de discussões foi realizada a reunião de Kioto, no Japão, com a presença de cerca de 10.000 delegados. A decisão de consenso foi adotar um Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. O Protocolo de Kioto, como ficou conhecido, foi ratificado por mais de 60% dos países emissores (ratificação da Rússia, responsável por 17% das emissões, em 2004), passando então a ter validade.

4.0 - O ARGUMENTO DOS CRÍTICOS DA CAUSA ANTROPOLÓGICA

Um grupo menor de cientistas, embora concorde que está ocorrendo de fato o aquecimento global, afirma que as causas principais são de ordem natural, principalmente astronômica, isto é, o aumento da radiação solar por causas não completamente conhecidas. A criação de legislação mais apropriada sobre a emissão dos gases poluentes é de certa forma complicada por também existirem fontes de Dióxido de Carbono naturais (o qual manteve a temperatura terrestre estável desde idades pré-históricas), o que torna também o estudo deste fenômeno ainda mais complexo.

Os cientistas não podem afirmar que o aumento de temperatura global esteja de alguma forma relacionado com um aumento do Efeito Estufa, mas, no caso dos seus modelos para o próximo século estarem corretos, os motivos para preocupação serão muitos.

O planeta já sofreu, ao longo de sua existência de 4,5 bilhões de anos, processos de resfriamentos e aquecimentos extremos. Está comprovado que houve alternância de climas quentes e frios, sendo este um fenômeno corrente na história do planeta. Desde a criação, a Terra sempre esteve em constantes mudanças de temperatura, em ciclos de milhares de anos de aquecimento e glaciação causados por fenômenos naturais. Estes fenômenos naturais bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações climáticas que a Terra tem sofrido.

Entre previsões apocalípticas e a realidade há uma grande distância, já que as projeções com modelos matemáticos levam em conta diferentes variáveis, mas o fato é que o planeta está ficando mais quente e o nível do mar está subindo.

A polêmica no âmbito da pesquisa científica envolve também enorme interesse econômico (o Instituto Americano de Petróleo avalia o custo de cortar as emissões de gases de acordo com o Protocolo de Quioto entre 200 a 300 bilhões de dólares por ano), e conseqüente intervenção de potentes lobis econômicos ligados às indústrias poluidoras. O custo do corte das emissões, de outro lado, aumentaria o preço de determinados produtos e certamente influenciaria negativamente boa parte do eleitorado norte-americano. Em verdade as equações custo-benefício da aprovação do Protocolo de Kioto variam de país a país, mas é inevitável que a carga maior deve cair sobre o país que mais polui que são os Estados Unidos.

O problema do efeito estufa e sua pretensa influência no aquecimento global acelerado dos últimos 100 anos põem em confronto forças sociais poderosas que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente científico. A controvérsia se tornou mais política do que científica

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