terça-feira, 28 de setembro de 2010

Braskem investe R$ 500 milhões em fábrica de plástico verde



Vocês se lembram de um artigo aqui do Biodiversidade onde falamos sobre as sacolas plásticas, aquelas que a gente recebe nos mercados e que fazem um mal gigantesco ao meio ambiente?
Pois é. Ontem eu vi um comercial na televisão sobre algo que me chamou à atenção: O troféu de "Plástico Verde" produzido pelo Oscar Niemeyer para o GP do Brasil de Fórmula 1 .
O "Plástico Verde" é o resultado de alguns anos de pesquisa e de US$ 5 milhões de investimento da empresa brasileira (dá-lhe Brasil) Braskem . O troféu, que está sendo considerado como uma obra de arte pela imprensa especializada, ganharam destaque por terem sido fabricadas pelo primeiro polietileno certificado do mundo e oriundo da empresa petroquímica líder no mercado latino-americano e terceira maior produtora de resinas termoplásticas das Américas . Que ironia!!

A indústria Braskem, que tem unidades no Polo Petroquímico do Grande ABC, inaugurou ontem à tarde em Triunfo (a cerca de 100 km de Porto Alegre) sua fábrica de plástico verde - que utiliza fonte renovável (a cana-de-açúcar) no lugar do petróleo como matéria-prima.

Com investimento de R$ 500 milhões, a empresa passa a ter a maior unidade industrial do eteno derivado de etanol no mundo. Consumirá 462 milhões de litros de álcool por ano e permitirá a produção de 200 mil toneladas da resina plástica polietileno - que serve para a fabricação de embalagens alimentícias e outros produtos em plástico.

Ainda é uma parte pequena do volume total da companhia, que produz mais de 15 milhões de toneladas anuais de resinas e outros itens petroquímicos, mas essa é uma área de atuação em que empresa deve crescer, segundo o presidente da empresa, Bernardo Gradin.

A demanda prévia por plástico verde mostra o potencial desse produto. Antes mesmo do início da comercialização, já havia três vezes mais procura do que capacidade da planta. Entre os clientes que já acertaram a compra estão Toyota, Natura, Procter&Gamble, Acinplas e outras.

Gradin afirma que a meta é ser líder em sustentabilidade no segmento no mundo. Ainda de acordo com o executivo, a opção pela resina renovável colabora para reduzir o efeito estufa, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera (pela fotossíntese da cana-de-açúcar) para cada tonelada de polietileno produzida.

A fábrica de plástico verde já despertou o interesse em quatro países - Gradin não revela quais - para a venda de tecnologia para instalação de unidades fabris iguais aos de Triunfo.

LULA
A inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que ontem se tornou um dia histórico para o País, com a capitalização da Petrobras, feita pela manhã, na Bovespa, e, à tarde, com o início da fábrica da Braskem, que fortalece a opção brasileira pela matriz energética renovável a partir da cana-de-açúcar. O etanol já corresponde hoje a 18% de toda a matriz energética do País, superando até mesmo a hidroelétrica, com 15,7%.


Mauá pode ter produção de polipropileno verde

Com o objetivo de se consolidar como a primeira do mundo em química sustentável, a Braskem tem intensificado pesquisas para produzir também em larga escala o polipropileno verde - em que a fábrica da antiga Suzano Petroquímica, em Mauá, hoje pertencente à Braskem, iniciou pesquisas com esse foco, há alguns anos.


Dessa forma, a unidade de Mauá, que é uma das maiores produtoras de polipropileno do País (com cerca de 450 mil toneladas anuais), é candidata a produzir a resina verde e ampliar o leque de produtos sustentáveis da companhia no País.

PESQUISAS
No entanto, ainda não há previsão dentro da companhia para que a produção de mais este produto verde comece a ocorrer. Isso porque o item ainda está em fase de "bancada" dos pesquisadores. O presidente da empresa, Bernardo Gradin, explica que ainda não é possível prever quanto tempo levará para sair da fase de estudos para a escala industrial a custo competitivo no mercado. O polipropileno é utilizado em aplicações como para-choques de carros, por sua resistência ao impacto. (Leone Faria)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Aquecimento global só será revertido com novas tecnologias, dizem cientistas


Aquecimento global só será revertido com novas tecnologias, dizem cientistas
O gráfico mostra o declínio projetado das emissões de dióxido de carbono em gigatoneladas (bilhões de toneladas) pela infraestrutura atual de energia e transportes ao longo dos próximos 50 anos, em comparação com três cenários traçados pelo IPCC. [Imagem: Carnegie Institution]

Redução do aquecimento global

As tecnologias atuais de geração de energia não são suficientes para reduzir as emissões de carbono aos níveis considerados necessários para evitar os riscos ao planeta promovidos pelo aquecimento global.

A afirmação é de um artigo publicado por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá na edição desta sexta-feira da revista Science.

Estima-se que, para evitar os riscos das mudanças climáticas globais, seria preciso evitar que a temperatura média do mundo chegasse a 2º C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial.

Modelos climáticos atuais indicam que, para atingir esse objetivo, será preciso limitar as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera em menos de 450 partes por milhão (ppm).

O problema é que permanecer abaixo desse nível implica diminuir substancialmente as emissões de combustíveis fósseis, algo que os países industrializados não estão conseguindo fazer. O nível atual é de aproximadamente 385 pp. Antes da Revolução Industrial, estava abaixo de 280 ppm.

Paralisação do crescimento

Steven Davis e seus colegas da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, avaliaram o que ocorreria com o planeta se nenhum outro dispositivo emissor de CO2 fosse fabricado.

Nessa situação hipotética, sem uma única fábrica ou automóvel novo, a infraestrutura energética atual do mundo emitiria cerca de 496 bilhões de toneladas de CO2 nos próximos 50 anos.

Isso seria suficiente para estabilizar os níveis do gás na atmosfera em 430 ppm e deixaria a temperatura média em 1,3º C acima dos níveis pré-industriais.

Os riscos do aquecimento global teriam sido vencidos, mas, segundo os cientistas, o cenário hipotético ilustra bem a situação atual vivida pelo planeta. Somente de veículos automotivos, o mundo ganha a cada dia não um, mas cerca de 170 mil novos - isso segundo dados da International Organization of Motor Vehicle Manufacturers de 2009, que representaram, em meio à crise econômica mundial, queda de 13,5% em relação à produção do ano anterior.

"Até agora, os esforços feitos para diminuir as emissões por meio de regulações e de acordos internacionais não funcionaram. As emissões estão aumentando mais do que nunca e os programas para desenvolver fontes de energia 'neutras em carbono' estão, nos melhores casos, ainda muito incipientes", disse Martin Hoffert, professor emérito do Departamento de Física da Universidade de Nova York, em artigo comentando o estudo de Davis e colegas na mesma edição da Science.

O problema do carvão

Mas a pior notícia é que a situação tende a se agravar ainda mais. Segundo os pesquisadores, as fontes das emissões mais ameaçadoras ao planeta ainda não foram construídas. Isso porque o mundo e suas economias simplesmente continuarão a crescer. Um exemplo é o carvão.

"À medida que o pico na produção de petróleo e de gás natural se aproxima, a produção de carvão aumenta, com novas usinas movidas a carvão sendo construídas na China, Índia e nos Estados Unidos", disse Hoffert.

"Investimentos maciços serão cruciais para permitir que a pesquisa básica encontre e desenvolva tecnologias possíveis de serem aplicadas comercialmente e em massa. Mas a introdução de tecnologias neutras em carbono também exige, no mínimo, que sejam revertidos incentivos perversos, como os atualmente existentes para subsidiar a produção de combustíveis fósseis e que se estima serem 12 vezes maiores do que os aplicados para a energia renovável", afirmou.

Manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016

Manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016
Sem as penumbras, que podem ser vistas na imagem amarela, as atuais manchas solares estão se enfraquecendo magneticamente. [Imagem: William Livingston/NSO]

Pequena era do gelo

Cientistas que estudaram as manchas solares durante os últimos 20 anos concluíram que o campo magnético do Sol que as origina está diminuindo.

Se a tendência atual continuar, por volta de 2016 o Sol pode ficar totalmente sem manchas e assim permanecer ao longo de décadas.

Um fenômeno semelhante, que ocorreu no século 17, coincidiu com um período prolongado de resfriamento na Terra.

Conhecido como "Pequena Era do Gelo", o maior Mínimo Solar já registrado durou 70 anos. O chamado Mínimo de Maunder durou de 1645 a 1715, com a Terra experimentando temperaturas muito baixas.

Embora os mínimos solares normalmente durem cerca de 16 meses, o atual se estendeu por 26 meses, o mais longo em um século.

Campo magnético das manchas solares

As manchas solares surgem quando ressurgências do campo magnético do Sol aprisionam plasma ionizado em sua superfície. Normalmente, o gás superaquecido, eletricamente carregado, libera seu calor e mergulha de volta abaixo da superfície. Mas o campo magnético inibe este processo.

Em artigo publicado na revista Science, Phil Berardelli relata o trabalho dos astrônomos Matthew Penn e William Livingston, do Observatório Nacional Solar em Tucson, Arizona, que vêm estudando as manchas solares desde 1990.

Usando uma técnica de medição chamada Separação de Zeeman, os astrônomos analisaram mais de 1.500 manchas solares e concluíram que a intensidade do campo magnético das manchas solares caiu de uma média de cerca de 2.700 gauss para cerca de 2.000 gauss - a intensidade média do campo magnético da Terra tem menos de 1 gauss.

Eles não sabem explicar as razões para tal diminuição. Mas se a tendência continuar, a força do campo magnético das manchas solares vai cair para uma média de 1.500 gauss já em 2016.

Como 1.500 gauss é o mínimo necessário para produzir manchas solares, os astrônomos afirmam que elas poderão não ser mais geradas a partir de então. Foi justamente isso o que aconteceu durante o Mínimo de Maunder.

Previsões sobre o clima solar

Mas Livingston adverte que a previsão de zero manchas solares pode ser prematura. "Isso pode não acontecer," disse ele à Science. "Somente o tempo dirá se o ciclo solar vai decolar."

Ainda assim, acrescenta ele, não há dúvida de que as manchas solares "não estão muito saudáveis agora." Em vez dos fortes pontos rodeados por halos, chamados penumbras, como se viu durante o último máximo solar, a maior parte da safra atual parece "um pouco repicada", com poucas ou nenhuma penumbra.

Mas há quem discorde deles. O físico David Hathaway, do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, achou o estudo interessante, mas acha que os dois astrônomos podem ter deixado de lado pequenas manchas solares, o que pode ter elevado a média considerada por eles.

Hathaway é um crítico de longa data daqueles que acreditam que o comportamento do Sol está saindo do normal - veja O que há de errado com o Sol?.

Outra pesquisa recente mostrou que o impacto do Sol sobre a Terra vai além das manchas solares.

Gás nobre "ameaçado de extinção" coloca ciência e tecnologia em xeque

Cientistas do mundo todo estão preocupados com a crescente escassez do gás hélio (He). Embora o hélio seja o segundo elemento mais abundante no universo, ele compõe apenas 0,0018% da atmosfera terrestre e sua produção industrial é extremamente limitada e diretamente atrelada à extração do gás natural.

Não-renovável e insubstituível

"O Hélio é não-renovável e insubstituível. Suas propriedades são únicas e, ao contrário dos combustíveis fósseis (petróleo e gás natural), não há formas biossintéticas para se fabricar uma alternativa ao hélio. Todos devem fazer os maiores esforços possíveis para reciclá-lo," alerta o professor Lee Sobotka, da Universidade de St. Louis, nos Estados Unidos.

Sobotka não está sozinho em suas preocupações. Os cientistas vêm alertando sobre o perigo da escassez de hélio há pelo menos 10 anos. Em 2007 a Sociedade Norte- Americana de Física lançou um manifesto afirmando que o suprimento de hélio se tornará um problema crítico neste século.

Uso em ciência e tecnologia

A principal razão para isso é que o uso do hélio é enorme nas pesquisas científicas e nas tecnologias mais modernas. Ressonância nuclear magnética, espectroscopia de massa, soldagem, fibras ópticas e produção de chips de computador são apenas algumas das aplicações desse que é considerado o mais nobre dos gases.

Ainda utilizado também para encher balões, o hélio é utilizado em grandes quantidades pela NASA para pressurizar os tanques dos ônibus espaciais. Sua incrível estabilidade e o fato de não ser inflamável tornaram o hélio famoso como substituto do hidrogênio na era dos grandes dirigíveis. Mas, ao invés de ficar na história, esse gás nobre acompanhou a evolução da tecnologia e hoje é tão essencial quanto o silício ou o germânio.

Fontes de hélio

O hélio disponível na Terra foi gerado desde a formação do nosso planeta pelo decaimento radioativo do urânio e do tório. O urânio-238 é o isótopo mais importante nessa produção natural de hélio. Acontece que, durante toda a vida do nosso planeta, apenas metade dos átomos de urânio-238 decaíram e resultaram em hélio. Esse é o nosso estoque atual e, se o esgotarmos, poderemos ficar sem o gás nobre.

Quando o urânio e o tório decaem, o hélio sai do interior da Terra em direção à atmosfera. Atualmente existem cinco partes por milhão de hélio em nossa atmosfera, o que torna esse gás nobre o segundo elemento mais abundante na Terra, sendo responsável por 8% do total. Mas não há formas de se capturá-lo diretamente na atmosfera.

Produção de hélio

Por sorte, uma parte do hélio é aprisionada no interior de depósitos de gás natural em determinadas formações geológicas. É daí que ele é explorado hoje. O hélio 4 (dois prótons e dois nêutrons) torna-se líquido a apenas 4,2 Kelvin, meros quatro graus acima do zero absoluto.

Para se produzir o hélio, o gás natural extraído dessas reservas é resfriado a 90 K, quando tudo o mais, exceto o próprio hélio, se liqüefaz. O gás nobre é então comprimido ou resfriado ainda mais até atingir a forma líquida, estando pronto para uso comercial.

O hélio líquido custa hoje cerca de US$5,00 o litro, mas esse preço subiu 50% em 2007. Os cientistas acreditam que a saída para a garantia do suprimento contínuo de hélio está na reciclagem e no investimento em reservas ricas no gás nobre pertencentes à Rússia
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